terça-feira, abril 29, 2003

Polêmicas

Depois da ridícula manifestação da (sic) economista Maria da Conceição Tavares - perdoe-me o leitor, mas é muito cansativo ouvir as bravatas autoritárias desta senhora sem ficar insultado por mais de 2 segundos - a resposta simples e precisa do Gustavo Franco.

A matemática é apenas um idioma, mas é certo que multiplica a inteligência humana. Graças a ela, observa o historiador britânico Eric Hobsbawn, foi extraordinário o desenvolvimento científico no século XX e mais, ele observa, a matemática assinalou o divórcio entre a Ciência e o Senso Comum. Ou seja, muitas leis da Natureza apenas puderam ser “vistas” ou “descobertas” quando o mundo pode ser descrito em equações, ou no idioma das letras gregas.

Se você não sabe do que estou falando, bem, há alguns dias atrás, a tal senhora andou insultando um cara que está no governo, o economista Marcos Lisboa. Quem é Marcos Lisboa? Bem, a resposta está aqui. Ah, claro, esqueci de dizer que, ao contrário da douta senhora, Marcos Lisboa não é só professor de Economia. Ele também faturou o Prêmio BNDES há alguns anos com sua dissertação de mestrado. Qual era a motivação?

Bem, Marcos Lisboa queria entender algumas das teorias que povoam o discurso (pelo menos) de gente séria e da folclórica professora. No meio do caminho, descobriu que tinha de usar matemática mais profunda para entender melhor os modelos e, no final, viu que os mesmos não eram lá aquilo que ele esperava.

Além disso, Marcos Lisboa escreveu dois bons textos chamados "A Miséria da Crítica Heterodoxa (I e II)" no qual dá uma resposta de muito bom nível às críticas vindas dos chamados "heterodoxos".

Por que ela brigou com ele? Porque, por algum motivo, a dita cuja não sabe como usar matemática em economia. Pelo menos é o que se percebe de suas declarações bombásticas e de suas publicações ao longo destes anos todos. Antes que o leitor me chame de radical ou se pergunte sobre o fato de eu estar sendo irônico quanto à profissão da senhora MCT, é bom um pouco de memória. No capítulo 3 ("O Reino Mágico do Choque Heterodoxo") de um livro sobre o Plano Collor, Fernando de Holanda Barbosa, Antônio Salazar P. Brandão e Clóvis de Faro, na época, professores da EPGE-FGV, escreveram na nota de rodapé número um:

Maria da Conceição Tavares, em entrevista ao jornal Gazeta Mercantil, em 14 de setembro de 1985, traçou o seguinte perfil do novo Ministro da Fazenda: "Funaro não é dado a idéias, a teorias. É um empresário, um homem sério e que tem bom senso. E é disso que precisamos.

Ou seja, a culpa não é do Marcos Lisboa. E nem a agressora curtia muito Teoria Econômica (aparentemente "não-séria" e de "mau senso"...) em 1985. Logo, na verdade, estou apenas seguindo a sugestão dela ao colocar o "(sic)" ou usar outros adjetivos para qualificá-la.


Ao leitor mais acostumado com a boa educação deste webmaster, minhas desculpas. É que crítica arrogante e pessoal me ofende tanto quanto aos ofendidos. Nunca vi o prof. Marcos Lisboa e nunca conversei com ele. Agora, "carteiraço" e bravatas podem fazer bem a alguns. Comigo não funcionam.