Rent-seeking society?
Respeito ao cargo público: "Faltou questionar este foco no debate sobre loteamento de cargos públicos no governo do PT. É natural que o governante vitorioso na eleição leve sua equipe, ministros e assessores próximos, pessoas de confiança e afinadas com seu programa. É também compreensível que divida o governo com outros partidos aliados - os que o ajudaram a eleger-se e os que aderiram depois.
Isto é próprio do sistema democrático. Mas o governante brasileiro extrapola, não se limita a preencher cargos de confiança, vai além. Ocupa o segundo, terceiro, quarto escalões com amigos e apadrinhados, prejudicando a qualidade da gestão pública. É como aquele ministro que, ao reunir-se com o antecessor para discutir a transição, interrompe o interlocutor que explicava as pendências: 'Tudo bem, mas vamos ao que interessa: quantos DAS (Direção de Assessoramento Superior - cargos em comissão que dispensam concurso público) terei para indicar?'
Embora a administração direta e empresas estatais possuam quadros de excelente qualidade, são raros os funcionários que chegam ao topo da carreira, porque os sucessivos governos negam a eles esse direito, que teriam na iniciativa privada. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez seus ministros Pedro Malan, Pedro Parente e Martus Tavares, três funcionários públicos de carreira. Escolheu os melhores e mais experientes entre os quadros da Petrobrás e BNDES e promoveu-os a diretores. Valorizou o funcionalismo. Foi buscar no setor privado executivos competentes, como Henri Philippe Reichstul, que revolucionou a Petrobrás. Mas também nomeou com critérios políticos e premiou derrotados em eleições, como o deputado Luiz Carlos Santos (PFL-SP), cuja gestão na presidência de Furnas levou a empresa ao atraso, ao "
Respeito ao cargo público: "Faltou questionar este foco no debate sobre loteamento de cargos públicos no governo do PT. É natural que o governante vitorioso na eleição leve sua equipe, ministros e assessores próximos, pessoas de confiança e afinadas com seu programa. É também compreensível que divida o governo com outros partidos aliados - os que o ajudaram a eleger-se e os que aderiram depois.
Isto é próprio do sistema democrático. Mas o governante brasileiro extrapola, não se limita a preencher cargos de confiança, vai além. Ocupa o segundo, terceiro, quarto escalões com amigos e apadrinhados, prejudicando a qualidade da gestão pública. É como aquele ministro que, ao reunir-se com o antecessor para discutir a transição, interrompe o interlocutor que explicava as pendências: 'Tudo bem, mas vamos ao que interessa: quantos DAS (Direção de Assessoramento Superior - cargos em comissão que dispensam concurso público) terei para indicar?'
Embora a administração direta e empresas estatais possuam quadros de excelente qualidade, são raros os funcionários que chegam ao topo da carreira, porque os sucessivos governos negam a eles esse direito, que teriam na iniciativa privada. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez seus ministros Pedro Malan, Pedro Parente e Martus Tavares, três funcionários públicos de carreira. Escolheu os melhores e mais experientes entre os quadros da Petrobrás e BNDES e promoveu-os a diretores. Valorizou o funcionalismo. Foi buscar no setor privado executivos competentes, como Henri Philippe Reichstul, que revolucionou a Petrobrás. Mas também nomeou com critérios políticos e premiou derrotados em eleições, como o deputado Luiz Carlos Santos (PFL-SP), cuja gestão na presidência de Furnas levou a empresa ao atraso, ao "
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