Blog também é cultura
Do sociólogo Charles Tilly, mais uma dos incríveis neerlandeses (a história do surgimento dos Países Baixos é uma das mais incríveis....já li um monte, mas falta muito para aprender sobre este incrível amontoado de cidades rivais lotadas de capital que derrotaram a potência da época: a Espanha).
“As dívidas nacionais se originam em grande parte de empréstimos para e durante as guerras. (...). As inovações decisivas haviam ocorrido entre 1515 e 1565, quando os Estados Gerais dos Países-Baixos dos Habsburgos (cujas províncias setentrionais, após se revoltarem em 1568, tornar-se-iam no final a República Holandesa) determinaram a cobrança de anuidades garantidas pelo estado e asseguradas por novos impostos específicos que rendiam juros atraentes (...). Consequentemente, “numa emergência, a República Holandesa poderia levantar em dois dias um empréstimo de um milhão de florins a juros de apenas 3%” (Parker 1976: 212-13). Os títulos de crédito do estado tornaram-se um investimento favorito dos investidores holandeses, cujos agentes taxaram toda a economia em seu próprio benefício. Na verdade a palavra “capitalista” em seu uso moderno parece ter derivado do termo que designava aqueles cidadãos holandeses que pagavam a taxa mais alta per capita de imposto, apregoando desse modo a sua riqueza e sua capacidade de crédito. [in Charles Tilly, Coerção, Capital e Estados Europeus, EDUSP, p.150-1]
Do sociólogo Charles Tilly, mais uma dos incríveis neerlandeses (a história do surgimento dos Países Baixos é uma das mais incríveis....já li um monte, mas falta muito para aprender sobre este incrível amontoado de cidades rivais lotadas de capital que derrotaram a potência da época: a Espanha).
“As dívidas nacionais se originam em grande parte de empréstimos para e durante as guerras. (...). As inovações decisivas haviam ocorrido entre 1515 e 1565, quando os Estados Gerais dos Países-Baixos dos Habsburgos (cujas províncias setentrionais, após se revoltarem em 1568, tornar-se-iam no final a República Holandesa) determinaram a cobrança de anuidades garantidas pelo estado e asseguradas por novos impostos específicos que rendiam juros atraentes (...). Consequentemente, “numa emergência, a República Holandesa poderia levantar em dois dias um empréstimo de um milhão de florins a juros de apenas 3%” (Parker 1976: 212-13). Os títulos de crédito do estado tornaram-se um investimento favorito dos investidores holandeses, cujos agentes taxaram toda a economia em seu próprio benefício. Na verdade a palavra “capitalista” em seu uso moderno parece ter derivado do termo que designava aqueles cidadãos holandeses que pagavam a taxa mais alta per capita de imposto, apregoando desse modo a sua riqueza e sua capacidade de crédito. [in Charles Tilly, Coerção, Capital e Estados Europeus, EDUSP, p.150-1]
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