Pesquisa inócua?
Segundo a pesquisa citada adiante, feita pela OCDE (Estudantes brasileiros são os mais engajados - Terra - Educação), os estudantes brasileiros são bem "engajados na escola", i.e., simplesmente não se sentem mal no local de estudo.
Agora, como foi feita a pesquisa? Usou-se um questionário que os próprios alunos responderam. Pesquisa similar foi feita na Coréia do Sul, Polônia e Japão, bem como outros países do mundo.
Suponha que os estudantes brasileiros foram honestos. Ou pelo menos que foram tão honestos, em média, quanto seus colegas internacionais. O ponto é que a mesma OCDE, há algum tempo, divulgou uma pesquisa (acho que foi um órgão ligado à OCDE) na qual os alunos brasileiros estavam entre os que menos entendem questões básicas: vale dizer, sabem ler, mas não entendem. Acho que o nome disso é analfabetismo funcional.
Então, eu pergunto: como eles responderam o questionário desta nova pesquisa? Bem, digamos que houve algum cuidado com isso. Ainda assim, resta-me uma última dúvida.
Se você pega uma turma de adolescentes e a coloca numa faculdade, sem cobrar nada, fazendo um pacto da mediocridade do tipo: "eu finjo que ensino, dou 100 pontos e você finge que aprende", creio que obterá um alto grau de "engajamento escolar", certo?
Alguém poderá dizer: "não necessariamente. Existe o capital social". E eu retruco: o capital social do Brasil é da mesma qualidade que o do Japão?
Vale dizer: há muitos modos de se sentir bem. Um deles é não enxergando os próprios problemas. Para mim, esta pesquisa pode estar não dizendo absolutamente nada.
Estarei errado? O que vocês acham?
Segundo a pesquisa citada adiante, feita pela OCDE (Estudantes brasileiros são os mais engajados - Terra - Educação), os estudantes brasileiros são bem "engajados na escola", i.e., simplesmente não se sentem mal no local de estudo.
Agora, como foi feita a pesquisa? Usou-se um questionário que os próprios alunos responderam. Pesquisa similar foi feita na Coréia do Sul, Polônia e Japão, bem como outros países do mundo.
Suponha que os estudantes brasileiros foram honestos. Ou pelo menos que foram tão honestos, em média, quanto seus colegas internacionais. O ponto é que a mesma OCDE, há algum tempo, divulgou uma pesquisa (acho que foi um órgão ligado à OCDE) na qual os alunos brasileiros estavam entre os que menos entendem questões básicas: vale dizer, sabem ler, mas não entendem. Acho que o nome disso é analfabetismo funcional.
Então, eu pergunto: como eles responderam o questionário desta nova pesquisa? Bem, digamos que houve algum cuidado com isso. Ainda assim, resta-me uma última dúvida.
Se você pega uma turma de adolescentes e a coloca numa faculdade, sem cobrar nada, fazendo um pacto da mediocridade do tipo: "eu finjo que ensino, dou 100 pontos e você finge que aprende", creio que obterá um alto grau de "engajamento escolar", certo?
Alguém poderá dizer: "não necessariamente. Existe o capital social". E eu retruco: o capital social do Brasil é da mesma qualidade que o do Japão?
Vale dizer: há muitos modos de se sentir bem. Um deles é não enxergando os próprios problemas. Para mim, esta pesquisa pode estar não dizendo absolutamente nada.
Estarei errado? O que vocês acham?
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