Violência
O governo teve muito tempo para fazer uma pesquisa como esta. Mas acabou saindo pelo IFB - Instituto Futuro Brasil.
Segundo Gaspari: "O Instituto Futuro Brasil divulga nesta semana os números completos de uma enorme pesquisa feita na cidade de São Paulo para ver direito o problema da violência. Num trabalho sem precedentes, estudaram-se cinco mil domicílios, cobrindo cerca de 20 mil pessoas.
Está dura a vida na cidade. Só 11% dos entrevistados acham que se pode confiar nos outros, e 89% julgam mais prudente ficar sempre com um pé atrás. Nível de Colômbia. Na Bósnia, 27% das pessoas confiam no gênero humano. Nos Estados Unidos, 42,5%. Estatisticamente, um em cada dois paulistanos sofrerá uma violência durante sua vida adulta. Dois em cada dez sofreram algum tipo de violência ou de ilegalidade nos últimos 12 meses.
As estatísticas de roubos de carros e de agressões físicas de São Paulo estão piores que as colombianas e o cidadão quer distância da polícia. Os indicadores de agressões físicas são o triplo dos americanos, mas as notificações à policia equivalem à terça parte. O paulistano apanha calado. Só um cada dois assaltados, inclusive com arma de fogo, vai ao distrito contar o que lhe sucedeu.
Apesar desse pé-atrás, de cada dez pessoas que pediram ajuda à polícia, oito disseram ter recebido um atendimento decente ou até acima de suas expectativas.
Um em cada dois jovens de 16 a 25 anos já foi revistado. Dois em cada dez foram desrespeitados e oito em cada cem foram agredidos ou maltratados pela polícia. Isso para a população em geral. Quebrando-se os números pela cor, a coisa fica feia: um negro tem quase duas vezes mais chances de ser revistado, ameaçado ou desrespeitado pela polícia. Suas chances de ser agredido ou maltratado são três vezes maiores que as dos brancos.
A idéia e o patrocínio dessa pesquisa foi de Claudio Haddad, presidente do Instituto Futuro Brasil. Na sua opinião, ninguém jamais saiu de uma encalacrada como a violência de São Paulo sem pelo menos saber os números do problema. Ele foi atrás e a pesquisa revelou cenas surpreendentes.
Os paulistanos estão equipados. Quase todos os domicílios têm TV a cores e geladeira (98% e 97%). Metade tem freezer (54,8%), automóvel (49,7%) e cartão de crédito (55%). De cada dez, seis têm algum tipo de plano de saúde.
De cada cem moradores de São Paulo, 15 moram em favelas e 44% vivem perto de uma favela. Isso todo mundo sabe. Agora vê-se que 78% dos favelados moram em imóvel próprio, mais da metade dos quais sem escritura. Alô, alô, doutor Olívio Dutra, ministro das Cidades, 78% dos moradores de favelas vive em casa própria, mas só 14% conseguiram escritura. Numa favela, a percentagem de domicílios alugados é de 7%. Num condomínio blindado a taxa é de 27%.
No andar de baixo há muita polícia para prender e maltratar os cidadãos, mas há pouca lei para lhes garantir a propriedade de sua casas. No de cima, pensou-se que botando-se bastante polícia para vigiar a turma de baixo, o patrimônio estava garantido. Deu errado. "
É leitor, pesquisa pode ser bem público. Mas ela pode ser ofertada pelo setor privado também. Vide tudo isto aí acima. Agora, o problema da violência é terrível mesmo...vejamos a divulgação na segunda.
O governo teve muito tempo para fazer uma pesquisa como esta. Mas acabou saindo pelo IFB - Instituto Futuro Brasil.
Segundo Gaspari: "O Instituto Futuro Brasil divulga nesta semana os números completos de uma enorme pesquisa feita na cidade de São Paulo para ver direito o problema da violência. Num trabalho sem precedentes, estudaram-se cinco mil domicílios, cobrindo cerca de 20 mil pessoas.
Está dura a vida na cidade. Só 11% dos entrevistados acham que se pode confiar nos outros, e 89% julgam mais prudente ficar sempre com um pé atrás. Nível de Colômbia. Na Bósnia, 27% das pessoas confiam no gênero humano. Nos Estados Unidos, 42,5%. Estatisticamente, um em cada dois paulistanos sofrerá uma violência durante sua vida adulta. Dois em cada dez sofreram algum tipo de violência ou de ilegalidade nos últimos 12 meses.
As estatísticas de roubos de carros e de agressões físicas de São Paulo estão piores que as colombianas e o cidadão quer distância da polícia. Os indicadores de agressões físicas são o triplo dos americanos, mas as notificações à policia equivalem à terça parte. O paulistano apanha calado. Só um cada dois assaltados, inclusive com arma de fogo, vai ao distrito contar o que lhe sucedeu.
Apesar desse pé-atrás, de cada dez pessoas que pediram ajuda à polícia, oito disseram ter recebido um atendimento decente ou até acima de suas expectativas.
Um em cada dois jovens de 16 a 25 anos já foi revistado. Dois em cada dez foram desrespeitados e oito em cada cem foram agredidos ou maltratados pela polícia. Isso para a população em geral. Quebrando-se os números pela cor, a coisa fica feia: um negro tem quase duas vezes mais chances de ser revistado, ameaçado ou desrespeitado pela polícia. Suas chances de ser agredido ou maltratado são três vezes maiores que as dos brancos.
A idéia e o patrocínio dessa pesquisa foi de Claudio Haddad, presidente do Instituto Futuro Brasil. Na sua opinião, ninguém jamais saiu de uma encalacrada como a violência de São Paulo sem pelo menos saber os números do problema. Ele foi atrás e a pesquisa revelou cenas surpreendentes.
Os paulistanos estão equipados. Quase todos os domicílios têm TV a cores e geladeira (98% e 97%). Metade tem freezer (54,8%), automóvel (49,7%) e cartão de crédito (55%). De cada dez, seis têm algum tipo de plano de saúde.
De cada cem moradores de São Paulo, 15 moram em favelas e 44% vivem perto de uma favela. Isso todo mundo sabe. Agora vê-se que 78% dos favelados moram em imóvel próprio, mais da metade dos quais sem escritura. Alô, alô, doutor Olívio Dutra, ministro das Cidades, 78% dos moradores de favelas vive em casa própria, mas só 14% conseguiram escritura. Numa favela, a percentagem de domicílios alugados é de 7%. Num condomínio blindado a taxa é de 27%.
No andar de baixo há muita polícia para prender e maltratar os cidadãos, mas há pouca lei para lhes garantir a propriedade de sua casas. No de cima, pensou-se que botando-se bastante polícia para vigiar a turma de baixo, o patrimônio estava garantido. Deu errado. "
É leitor, pesquisa pode ser bem público. Mas ela pode ser ofertada pelo setor privado também. Vide tudo isto aí acima. Agora, o problema da violência é terrível mesmo...vejamos a divulgação na segunda.
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