quarta-feira, dezembro 10, 2003

Mais vale um frango brasileiro exportado na Síria do que uma eleição democrática no paraíso de Assad: "o Brasil que exporta, alimentando a ditadura que não se importa"

Coisas que devem incomodar muita gente:

1. Qual o custo e qual é o benefício de se fazer um discurso na Liga Árabe sem pedir mais democracia no Oriente Médio?

2. Como a resposta politicamente correta - do ponto de vista do governo - à questão anterior deve domar a lógica para se compatibilizar com o discurso comum (e mais comum em 2002, durante a campanha eleitoral) de ética na política?

Meu palpite: o cálculo econômico dos diplomatas está correto. Vale mais um frango exportado do que um opositor livre na Líbia...para o governo brasileiro. Revoltante? Talvez. Mas há sempre aquele argumento de que dar mercados gera maior retorno do que dar democracia, pelo menos no curto prazo. Será este dilema algo empiricamente testável?