quinta-feira, janeiro 15, 2004

Lula e o eleitor mediano

Durante anos tive de ouvir os rugidos de alguns (pseudo)cientistas políticos contra o modelo do eleitor mediano.

É pura aplicação da teoria neoclássica, diziam.

Boa parte deles (senão todos) votaram e elegeram o presidente atual.

E, ironicamente, como mostra Arthur Dapieve, o presidente busca agradar ao eleitor mediano em assuntos mais polêmicos. No Brasil, ao que parece, ser ou não amigo de terroristas da FARC não é um problema. O eleitor brasileiro já mostrou, em diversas pesquisas de opinião, que trocaria a democracia pela ditadura num piscar de olhos (o que me é assustador, mas, esqueça isto...o carnaval está chegando...). Mas, quando o assunto é futebol...

E isto me faz lembrar: agradar o eleitor mediano tem um custo. Mas, agradar o eleitor radical (o que gosta da FARC), também tem um custo: o da surrada ética na política. Se um novo mundo é possível, provavelmente ele não é muito diferente do que temos hoje.

Viva o eleitor mediano! E viva o Vasco!