segunda-feira, janeiro 12, 2004

Rápida observação sobre o prof. Og Leme

Em 1999, num dos colóquios do Liberty Fund, conheci um simpático velhinho: Og Leme. Pedirei licença aos que o conheceram para tratá-lo sem o "dr".

É verdade. Eu o encontrei apenas uma vez. Estava com meu ex-orientador e amigo Ronald, Zanella, Giacomo e toda aquela patota liberal que - graças a Deus - habita Porto Alegre.

Pouca gente sabe, mas Og Leme foi um dos primeiros economistas a estudar em Chicago. Amigo de Harberger, o mesmo do "triângulo de Haberger", Og Leme estava lá, com sua esposa, sentado na mesa do restaurante. E começou a conversar comigo e com Ronald. Não me lembro do tema inicial da conversa, mas lembro-me de ter passeado por fatos da História Brasileira, pela teoria econômica e, claro, pelo bom humor do prof. Og Leme.

Aliás, assim quero me lembrar dele. Dois momentos geniais:

i) Eu e Ronald ameaçávamos jogar a secretária do IL-RS, Inês, na piscina. Og sai do elevador e Inês lhe fala pedindo socorro:

"- Professor Og, eles querem me jogar na piscina!"

Olhamos, eu e Ronald, para ele, e, acho que foi assim, ele olhou e disse algo como:

"- Boa idéia".

ii) Sentados à mesa com a genial conversa de Og Leme, o bom velhinho nos conta a anedota:

"- Estava no avião, sentado, quando um senhor velhinho (sic) descobriu que tinha o mesmo bilhete (número do assento). Olhou para mim e perguntou o que faria. Sabem o que respondi?"

Eu e Ronald perguntamos:

"- O que o senhor fez?"

Ele (impecável):

"- Virei-me para o velhinho e disse: c.o.l.i.n.h.o.. E ambos rimos à beça.

Caro prof. Og Leme, naqueles dias do colóquio o senhor foi muito bacana e nossa conversa foi tão boa que eu, agora, estou triste. Não poderei falar mais com o senhor. Pelo menos, sabe, que o senhor se orgulhe do que farei em minha carreira como economista. Ao pequeno contato se seguiu um desejo muito grande de ser como o senhor: inteligente e jovial, além de generoso com gente ignara como eu.

Longa Vida ao prof. Og, onde quer que esteja!