Considerando seriamente os insights da Economia Austríaca
Daniel Klein talvez seja mais conhecido do mundo acadêmico por um de seus artigos em Teoria dos Jogos (não me lembro a referência agora). Quando fui ao seminário da FEE sobre Austrian Economics, em 2002, encontrei, no trem, uma moça muito bonita. Vi a mala imensa dela e vi que desceu na mesma estação que eu. Com meu inglês horroroso, estabeleci comunicação. Falamos um pouco de Economia e ela me disse: "Um dos meus melhores professores é o Dan Klein. Você o conhece?"
Para minha sorte, sim, eu já o conhecia. Quando me interessei pelo problema do transporte coletivo ilegal (os famosos "perueiros"), acabei comprando um livro dele sobre o tema. Na verdade, ele tem uma proposta interessante para um sistema privado de transporte coletivo.
Ocorre que o prof. Klein também é um cara que leva a sério a teoria econômica austríaca. Hayek e Kirzner são nomes que economistas brasileiros não-heterodoxos (com honrosas exceções) não curtem muito pelo estúpido motivo de que não há uma equação em seus textos. O outro grupo, o dos heterodoxos (idem), também não curte porque eles "não são socialistas". Vale dizer: ninguém olha o ponto relevante do argumento científico que é o de ter uma idéia interessante que possa ser pesquisada.
Por isto é que li com alegria este artigo dele. Ok, pode-se dizer que falta econometria (e falta mesmo). Mas ele levanta um ponto simples: insights de gente como Hayek e Kirzner são importantes.
Falando em austríacos, claro, há uma tendência importante na área, vinda de gente boa como Peter Boettke e Dan Klein. Sinto isto desde o debate, em 1997 ou 1999 no Journal of Economic Literature entre o falecido Sherwin Rosen e Leland Yeager sobre a relação de amor e ódio entre a economia austríaca e o nosso mainstream.
Nestas horas, vários nomes me ocorrem: Ronald Coase, James Buchanan, Milton Friedman, Hayek.....é, tem muita gente que mudou nossa maneira de pensar, embora usasse pouca matemática. Qual é o ponto, Shikida?
O ponto é que a ciência deve ser construída a partir de idéias ou hipóteses interessantes (embora seja difícil definir isto, não importa, o inventor não sabe se o produto é interessante quando o inventa..embora o seja para ele). Matemática pesada sem idéias novas e verborragia extensiva e gratuita sem idéias novas são maneiras diferentes de dizer absolutamente nada de novo.
E isto, meu amigo e minha amiga, é o bem (ou mal) mais abundante da Terra.
Daniel Klein talvez seja mais conhecido do mundo acadêmico por um de seus artigos em Teoria dos Jogos (não me lembro a referência agora). Quando fui ao seminário da FEE sobre Austrian Economics, em 2002, encontrei, no trem, uma moça muito bonita. Vi a mala imensa dela e vi que desceu na mesma estação que eu. Com meu inglês horroroso, estabeleci comunicação. Falamos um pouco de Economia e ela me disse: "Um dos meus melhores professores é o Dan Klein. Você o conhece?"
Para minha sorte, sim, eu já o conhecia. Quando me interessei pelo problema do transporte coletivo ilegal (os famosos "perueiros"), acabei comprando um livro dele sobre o tema. Na verdade, ele tem uma proposta interessante para um sistema privado de transporte coletivo.
Ocorre que o prof. Klein também é um cara que leva a sério a teoria econômica austríaca. Hayek e Kirzner são nomes que economistas brasileiros não-heterodoxos (com honrosas exceções) não curtem muito pelo estúpido motivo de que não há uma equação em seus textos. O outro grupo, o dos heterodoxos (idem), também não curte porque eles "não são socialistas". Vale dizer: ninguém olha o ponto relevante do argumento científico que é o de ter uma idéia interessante que possa ser pesquisada.
Por isto é que li com alegria este artigo dele. Ok, pode-se dizer que falta econometria (e falta mesmo). Mas ele levanta um ponto simples: insights de gente como Hayek e Kirzner são importantes.
Falando em austríacos, claro, há uma tendência importante na área, vinda de gente boa como Peter Boettke e Dan Klein. Sinto isto desde o debate, em 1997 ou 1999 no Journal of Economic Literature entre o falecido Sherwin Rosen e Leland Yeager sobre a relação de amor e ódio entre a economia austríaca e o nosso mainstream.
Nestas horas, vários nomes me ocorrem: Ronald Coase, James Buchanan, Milton Friedman, Hayek.....é, tem muita gente que mudou nossa maneira de pensar, embora usasse pouca matemática. Qual é o ponto, Shikida?
O ponto é que a ciência deve ser construída a partir de idéias ou hipóteses interessantes (embora seja difícil definir isto, não importa, o inventor não sabe se o produto é interessante quando o inventa..embora o seja para ele). Matemática pesada sem idéias novas e verborragia extensiva e gratuita sem idéias novas são maneiras diferentes de dizer absolutamente nada de novo.
E isto, meu amigo e minha amiga, é o bem (ou mal) mais abundante da Terra.
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