Exércitos privados
"A Defesa Nacional é um bem público".
Esta frase é comum nos livros-textos. Contudo, há que se considerar duas coisinhas importantes:
a) A defesa local não é um bem público. É um bem semi-público (um bem de clube, para ser exato...), pois é fornecido apenas à localidade. Por isso você tem guardas municipais ou PM's estaduais.
b) A tecnologia muda o caráter do bem público. O que é um bem público? Não é nada mais do que um bem não-rival e não-excludente. Ou seja, nada a ver com "produzido pelo Estado". Aliás, o Estado nem sempre usa este critério. Correios, por exemplo, são ofertantes de bens absolutamente privados e, por outro lado, programas de rádio privados são claramente públicos.
Bem, o que é "não-rival" e "não-excludente"? Basicamente, a primeira característica diz respeito ao fato de que o custo marginal (na margem de pessoas que o consomem) é zero. Isto é, você pode colocar mais um consumidor que o custo de ofertar o bem é zero. Como diz David Friedman, é um caso de monopólio natural com CMg = 0. A "não-excludabilidade (não-excludência)" diz respeito ao fato do produtor não poder controlar quem tem acesso ao bem.
Assim, é fácil ver que a tecnologia pode, sim, transformar a defesa de um bem público para privado (pense nas cercas elétricas dos prédios....elas são vendidas por empresas privadas!). E é este o assunto de um post que coloquei aqui há algum tempo e, claro, é também o motivo da matéria "O Mercado e a Guerra" que tem uma perspectiva bem pessimista quanto ao funcionamento do mercado.
Embora eu discorde de seu pessimismo quanto ao funcionamento do mercado, creio que ele levantou uma discussão importante.
"A Defesa Nacional é um bem público".
Esta frase é comum nos livros-textos. Contudo, há que se considerar duas coisinhas importantes:
a) A defesa local não é um bem público. É um bem semi-público (um bem de clube, para ser exato...), pois é fornecido apenas à localidade. Por isso você tem guardas municipais ou PM's estaduais.
b) A tecnologia muda o caráter do bem público. O que é um bem público? Não é nada mais do que um bem não-rival e não-excludente. Ou seja, nada a ver com "produzido pelo Estado". Aliás, o Estado nem sempre usa este critério. Correios, por exemplo, são ofertantes de bens absolutamente privados e, por outro lado, programas de rádio privados são claramente públicos.
Bem, o que é "não-rival" e "não-excludente"? Basicamente, a primeira característica diz respeito ao fato de que o custo marginal (na margem de pessoas que o consomem) é zero. Isto é, você pode colocar mais um consumidor que o custo de ofertar o bem é zero. Como diz David Friedman, é um caso de monopólio natural com CMg = 0. A "não-excludabilidade (não-excludência)" diz respeito ao fato do produtor não poder controlar quem tem acesso ao bem.
Assim, é fácil ver que a tecnologia pode, sim, transformar a defesa de um bem público para privado (pense nas cercas elétricas dos prédios....elas são vendidas por empresas privadas!). E é este o assunto de um post que coloquei aqui há algum tempo e, claro, é também o motivo da matéria "O Mercado e a Guerra" que tem uma perspectiva bem pessimista quanto ao funcionamento do mercado.
Embora eu discorde de seu pessimismo quanto ao funcionamento do mercado, creio que ele levantou uma discussão importante.
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