segunda-feira, abril 19, 2004

Mugabe e o monopólio do mal

Robert Mugabe não é exatamente conhecido como um presidente democrata. Suas referências são, digamos, bastante ruins nos almanaques da História mundial.

Agora, o que me chama a atenção no discurso de celebração da independência que ele fez recentemente é seu temor, exatamente igual ao de Fidel Castro (ídolo de quem? heim? heim?), de que as pessoas saiam do país para trabalhar em outros lugares. Notem o trecho:

He castigated Zimbabweans who go overseas, especially to Britain to do menial jobs, leaving their home country "with so much land, so much fields to work on".

Parece aquele discurso socialista típico que exige do indivíduo que ele resolva um problema que o ditador e alguns amigos acham que é "social", antes de cuidar da própria vida. É a pretensão de que existe uma certa função de bem-estar social e, mais ainda, que o presidente é que é o sujeito esclarecido que a vê antes do pobre cidadão do Zimbabwe.

Eta vida difícil esta. Você é pobre e não pode sair do país porque há muito o que fazer para outros pobres que também querem sair do país. O paradoxo é facilmente resolvido: chama-se Mugabe.