segunda-feira, abril 05, 2004

Questão de segurança nacional....de novo?

Alguns momentos complicados:

1. O presidente do Brasil diz, numa reunião, que o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares é injusto.

2. O governo do Brasil assume a posição de que apenas órgãos da mega-burocracia global (ONU, Haia, AIEA, etc) têm o direito de decidir se fulano ou beltrano burlaram as leis internacionais (pense no caso de Saddam).

3. Quando a AIEA anuncia vem ao Brasil e quer nos fiscalizar, o governo coloca barreiras à inspeção.

Dá para ver que 1, 2 e 3 não são compatíveis. Claro que há uma tecnologia nuclear sendo escondida aí. Se a inspeção é feita por quem sabe mais do que a gente, não há problemas em se a revelar porque não será roubada. Por outro lado, se o objetivo é esconder seu estágio de desenvolvimento, então há, sim, razão nos que se recusam à submissão a inspeções da mega-burocracia global.

Mas, é verdade, tem-se um problema aqui. Afinal, não é difícil saber que alguns dos nossos especialistas em Defesa acham que, por exemplo, mesmo com nosso papel limitado no cenário mundial, submarinos que empregam sistemas de propulsão nuclear são interessantes. O custo-benefício disto? Bem, isto fica para você refletir.

"O Brasil não está escondendo absolutamente nada. O Brasil está se submetendo a toda a fiscalização, toda a inspeção", disse ele à BBC Brasil.

Mas o ministro admitiu que o governo brasileiro não quer retirar uma "tela de proteção" das centrífugas de processamento de urânio na planta de Resende durante a inspeção para não revelar a tecnologia desenvolvida por técnicos brasileiros, depois de pesquisa que "custou quase US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,89 bilhões) ao Tesouro Nacional".