Governo "conserta" a bobagem UPDATED(?)
Trecho: O correspondente do jornal The New York Times, Larry Rohter, retratou-se na tarde de hoje perante o Ministério da Justiça por conta da reportagem que insinuava que o presidente da República é alcoólatra. Lula aceitou a retratação e retirou o pedido de cassação do visto.
Em tempo: se qualquer presidente quiser me expulsar deste (ou de qualquer outro) país algum dia, deve se sentir à vontade. Eu não mudo de opinião por causa de um sujeitinho qualquer, mesmo que ele seja um presidente de um país (quer ele o governe ou não).
UPDATED!!! - Aparentemente, o jornalista NÃO PEDIU DESCULPAS. Embora o portal Terra (fonte da notícia acima) tenha citado uma suposta retratação, outros sites mostram que a história não foi bem assim.
Com a colaboração da mídia amiga — que consome altas doses de oficialismo e se deixa embebedar pelo poder —, o Planalto transformou em pedido de desculpas o que é não mais do que um requerimento dos advogados de Larry Rohter encaminhado ao Ministério da Justiça. No documento, eles pedem que seja revista a decisão de suspender o visto do jornalista. Em nenhum momento, escrevem-se as palavras “desculpa” ou “retratação”, conforme quis fazer crer o governo no fim da tarde. O que os advogados fazem é expressar o respeito de Rohter pelo país, pelo presidente e expor as suas credenciais de profissional respeitado. Segundo o texto, Rohter não teve a intenção de ofender o presidente. Num trecho do requerimento, asseveram os advogados que seu cliente lamenta os contratempos criados pela matéria publicada no The New York Times. E só. Se alguma dúvida restava a respeito, ela foi dirimida por Toby Usnik, porta-voz do jornal, que se disse satisfeito com a revogação da punição, reiterando, no entanto, que a petição não contém nem pedido de desculpa nem retratação. Diz o comunicado oficial do Times: “Sustentamos que nossa história estava correta e era justa, a exemplo do que afirmamos ao longo da semana. Ainda que expressemos pesar pela controvérsia política gerada pela história, nossa petição ao governo não conteve nem uma desculpa nem uma retratação”. Ou seja: o Times reiterou o que já havia dito ao embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur, o que motivou a ira de Lula, insuflada por Luiz Gushiken, Celso Amorim e André Singer. Aliás, em texto publicado nesta quinta na Folha de S.Paulo, em que defende a punição, Singer usa como principal argumento a negativa do jornal em se retratar e em se desculpar. Então, o que mudou? A decisão de cancelar a cassação do visto de Rohter foi tomada depois de uma conversa, por telefone, de Márcio Thomaz Bastos (Justiça) com Lula.
Ou seja, cada vez mais acho que eu e o Gilson temos razão: a imprensa brasileira não é anti-Lula (ou anti-PT). Ela é amigona do poder. E isto, realmente, merece um estudo sério. Afinal, até aqui, o discurso da "imprensa-que-ama-o-poder" era monopólio do partido do governo. Basicamente, o argumento seguia alguns chavões como: "a imprensa noticia fatos internacionais para disfarçar a fome no Brasil" ou "a imprensa apóia todos os candidatos menos o nosso porque quer prejudicar nossa campanha".
Aparentemente não é assim que funcionam as coisas. O governo mudou e a imprensa continua dependendente de Brasília. Antes de pedirmos aos partidos politicos que abram suas contas, que tal pedirmos aos veículos da imprensa que nos mostrem quanto de sua receita vem de verbas publicitárias oficiais? Com a palavra, Gilson.
Trecho: O correspondente do jornal The New York Times, Larry Rohter, retratou-se na tarde de hoje perante o Ministério da Justiça por conta da reportagem que insinuava que o presidente da República é alcoólatra. Lula aceitou a retratação e retirou o pedido de cassação do visto.
Em tempo: se qualquer presidente quiser me expulsar deste (ou de qualquer outro) país algum dia, deve se sentir à vontade. Eu não mudo de opinião por causa de um sujeitinho qualquer, mesmo que ele seja um presidente de um país (quer ele o governe ou não).
UPDATED!!! - Aparentemente, o jornalista NÃO PEDIU DESCULPAS. Embora o portal Terra (fonte da notícia acima) tenha citado uma suposta retratação, outros sites mostram que a história não foi bem assim.
Com a colaboração da mídia amiga — que consome altas doses de oficialismo e se deixa embebedar pelo poder —, o Planalto transformou em pedido de desculpas o que é não mais do que um requerimento dos advogados de Larry Rohter encaminhado ao Ministério da Justiça. No documento, eles pedem que seja revista a decisão de suspender o visto do jornalista. Em nenhum momento, escrevem-se as palavras “desculpa” ou “retratação”, conforme quis fazer crer o governo no fim da tarde. O que os advogados fazem é expressar o respeito de Rohter pelo país, pelo presidente e expor as suas credenciais de profissional respeitado. Segundo o texto, Rohter não teve a intenção de ofender o presidente. Num trecho do requerimento, asseveram os advogados que seu cliente lamenta os contratempos criados pela matéria publicada no The New York Times. E só. Se alguma dúvida restava a respeito, ela foi dirimida por Toby Usnik, porta-voz do jornal, que se disse satisfeito com a revogação da punição, reiterando, no entanto, que a petição não contém nem pedido de desculpa nem retratação. Diz o comunicado oficial do Times: “Sustentamos que nossa história estava correta e era justa, a exemplo do que afirmamos ao longo da semana. Ainda que expressemos pesar pela controvérsia política gerada pela história, nossa petição ao governo não conteve nem uma desculpa nem uma retratação”. Ou seja: o Times reiterou o que já havia dito ao embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur, o que motivou a ira de Lula, insuflada por Luiz Gushiken, Celso Amorim e André Singer. Aliás, em texto publicado nesta quinta na Folha de S.Paulo, em que defende a punição, Singer usa como principal argumento a negativa do jornal em se retratar e em se desculpar. Então, o que mudou? A decisão de cancelar a cassação do visto de Rohter foi tomada depois de uma conversa, por telefone, de Márcio Thomaz Bastos (Justiça) com Lula.
Ou seja, cada vez mais acho que eu e o Gilson temos razão: a imprensa brasileira não é anti-Lula (ou anti-PT). Ela é amigona do poder. E isto, realmente, merece um estudo sério. Afinal, até aqui, o discurso da "imprensa-que-ama-o-poder" era monopólio do partido do governo. Basicamente, o argumento seguia alguns chavões como: "a imprensa noticia fatos internacionais para disfarçar a fome no Brasil" ou "a imprensa apóia todos os candidatos menos o nosso porque quer prejudicar nossa campanha".
Aparentemente não é assim que funcionam as coisas. O governo mudou e a imprensa continua dependendente de Brasília. Antes de pedirmos aos partidos politicos que abram suas contas, que tal pedirmos aos veículos da imprensa que nos mostrem quanto de sua receita vem de verbas publicitárias oficiais? Com a palavra, Gilson.
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