Quem é monetarista e neoliberal?
Primeiro precisamos saber o que é "monetarismo" e "neoliberalismo". Roberto Fendt Jr. tem uma opinião sobre isto.
O que é um "neoliberal"? Liberal não é, porque liberais são aqueles que preconizam um Estado forte, mas somente nas atividades que lhe são próprias: a defesa do Estado de Direito, tão logo seja instaurado, e a manutenção da ordem interna e a defesa contra a agressão externa. São também liberais os que defendem a intervenção do Estado naquelas situações em que é necessário regular (especialmente para coibir práticas monopolísticas) e intervir, para reduzir a diferença entre custos e benefícios privados e sociais, em casos em que os direitos de propriedade não estão ou não podem ser bem definidos como, por exemplo, o consumo de bens de uso comum (a atmosfera, os mares e as águas internas, as ruas e rodovias). Nenhuma dessas pessoas é "neoliberal", já que a adjetivação foi introduzida por pessoas e grupos que, à falta de argumentos, procuram associar todas as mazelas que temos, e que poderemos vir a ter, com o liberalismo. Vamos ser claros: o termo foi cunhado para descrever políticas públicas de governos social-democratas e de esquerda, cujos resultados são danosos para a população. Essas políticas não têm nada a ver com o liberalismo e com os liberais. Estamos fora disso tudo, já que, lamentavelmente, não há nenhum país liberal no mundo. Muito menos o Brasil.
Da mesma forma, "monetarismo" é a teoria econômica baseada na hipótese, testável empiricamente, de que há uma relação estável entre a demanda por moeda e os seus determinantes, notadamente a renda real dos indivíduos e o custo de reter moeda. Não é o monetarismo que causa as elevadas taxas reais de juros praticadas no país. É a falta de confiança dos agentes econômicos no governo, estrangeiros e brasileiros, decorrente da inconstância da política econômica, que põe a taxa de juros lá no alto.
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