sexta-feira, maio 21, 2004

Todo mundo quer a Justiça

Mas a questão é: como é que todo mundo quer a Justiça? É a Justiça realmente apartidária? A Justiça é respeitada? Ou está desmoralizada? O mais interessante são os tais "procuradores". Aliás, informo ao leitor que nunca dei a nenhum dos senhores abaixo procuração em meu nome... :D

Exemplos:

1. Uns procuradores dizem que a versão do governo não é verdadeira: Apesar do esforço em atribuir a investigação inteiramente ao governo Lula, o Ministério Público Federal disse nesta quinta, em são Paulo, que investiga desde 1998 (governo FHC) as supostas fraudes na compra de hemoderivados por empresas públicas. Os hemoderivados são proteínas extraídas do sangue, utilizadas para o tratamento de diversas doenças, como hemofilia, Aids e câncer.

2. Uma subprocuradora denuncia um procurador- geral: Quem denuncia é a subprocuradora-geral do Ministério Público Militar em Brasília, Marisa Terezinha Cauduro da Silva. Segundo ela, Cláudio Fonteles nomeou ilegalmente a promotora militar Ana Carolina Teles sete meses depois de vencido o prazo do concurso público que habilitou a candidata à vaga. “Ele já tinha me pedido para nomeá-la em 2003, quando eu era Procuradora-Geral do Ministério Público Militar. Disse que era uma aluna sua. Depois que deixei o cargo, ele a nomeou. Isso viola a Constituição” afirma Marisa. A reportagem foi levada ao ar nesta quinta-feira pelo jornalista Giovani Grizotti, da Rádio Gaúcha (RBS) de Porto Alegre.

3. O procurador luta pelo socialismo, mesmo que isto custe os direitos individuais: Nem Coimbra nem mestrado. O procurador Luiz Francisco está sendo retirado do país dentro de uma operação-abafa que envolve membros do Ministério Público e do próprio governo Lula. Sabendo do papel de Luiz Francisco na campanha eleitoral do candidato Luiz Inácio Lula da Silva – o que acaba de ser revelado pelo repórter Policarpo Junior, da revista Veja –, o Ministério Público tratou de arrumar um saída do país para que o procurador não seja alvo de processos e vidraça permanente de críticas, o que enfraquece a instituição.

Na última vez em que Luiz Francisco tentou violar os direitos individuais de alguém e usar interpretações fraudulentas para dizer que havia “indícios veementes” a investigar, a reação do atingido por mais essa irresponsabilidade foi tão grande que chegou a assustar o comando do Ministério Público. O caso aconteceu no plenário da CPI do Banestado, dia 30 de julho, e envolveu o senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL. Mesmo tendo em mãos provas que o desmentiam, Luiz Francisco sustentou a tese dos “indícios” e acusou o senador de ser um dos que teriam enviado dinheiro ilegalmente para o exterior, por meio do esquema Banestado.


4. Outros procuradores continuam tentando encaminhar investigações a despeito da atitude inédita dos antigos aliados do assassinado: Promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) acusam o deputado estadual Donisete Braga, do PT de Mauá, de participação na morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Eles enviaram, nesta quarta-feira, uma representação ao procurador-geral do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho na qual revelam que, no dia do crime, Donisete Braga teria visitado a região em que o prefeito foi mantido em cativeiro.

A maior descrença em relação à Justiça, na minha opinião, está no próprio Judiciário. Eu ficaria feliz de obter um número simples: total de casos resolvidos mensalmente sobre total de casos apresentados à Justiça.

Só isto já ajudaria a ver - com milhares de imperfeições - se o Judiciário faz jus aos recursos nele investidos. Aliás, lembre-se leitor, dia 25 de maio é o dia em que você se livra dos impostos (veja posts abaixo). A questão é: vale a pena pagar tanto para um Judiciário que não consegue se mostrar mais do que o que você leu aí no alto?