Traduzindo a linguagem dos políticos
Esta eu vou ter de postar aqui porque não consegui parar de rir. Bem, a matéria é esta.
Resumo da ópera: Benedita da Silva, que estava no exterior viajando (lembra dela? Aquela que viajou com dinheiro público para um encontro de religiosos na Argentina), voltou e, claro, foi indagada sobre o Waldomiro Diniz, aquele sujeito que, após anos de denúncias, não gerou um pedido de CPI por parte dos antigos entusiastas da prática.
O que me divertiu foi este trecho: "A petista também negou que Luiz Eduardo Soares, seu candidato a vice em 2002, a tivesse avisado que Waldomiro pedia ilegalmente dinheiro de campanha. “Acredito que ele deve ter se equivocado”, afirmou. “Até porque não tratei de campanha. Tratei de governo. De campanha tratou o Partido dos Trabalhadores. Isso tem que ficar muito claro, porque não vou amontoar brasas sobre a minha cabeça. Então, mais uma vez vou reafirmar: eu não sou candidata de mim mesma. Só saio candidata ou assumo qualquer função ou cargo quando isso é articulado e combinado com o meu partido. Portanto, as responsabilidades são nossas. Não é responsabilidade da Benedita.”"
Muito confuso? Vou te ajudar: (i) Fulano está errado em dizer que eu nomeei Waldomiro porque "eu não tratei de campanha. Tratei de governo". Logo, a culpa é de ninguém, certo? Certo, porque (ii)"De campanha tratou o Partido dos Trabalhadores". Ou seja, Benedita deveria ganhar o prêmio Companheira do Ano. Ela consegue não ser culpada e jogar a culpa em ninguém, já que "Partido dos Trabalhadores" não é pessoa física. Aliás, pela semana que passou, provavelmente Paulo Paim não seria tido como "Partido dos Trabalhadores". Ou seria "Partido dos Trabalhadores" o ministro Dirceu? Ou ainda o assassinado Celso Daniel?
Em economês, o que a ex-ministra tenta fazer é dispersar custos e concentrar benefícios. A forma mais fácil de fazer isto é jogar a culpa em todos, menos nela. Dilui-se o custo da responsabilidade quando se fala de uma entidade que nada mais é do que a soma do número de militantes.
Mas não deixa de ser extremamente engraçado o trecho acima. A língua portuguesa é usada como subterfúgio para dispersar custos. Vou fazer um adesivo e colocar na janela: "Não tratei de campanha, tratei de governo. E isto quer dizer que se você me denunciar um cara que vou colocar no meu governo, eu vou estar surda".
Genial!
Esta eu vou ter de postar aqui porque não consegui parar de rir. Bem, a matéria é esta.
Resumo da ópera: Benedita da Silva, que estava no exterior viajando (lembra dela? Aquela que viajou com dinheiro público para um encontro de religiosos na Argentina), voltou e, claro, foi indagada sobre o Waldomiro Diniz, aquele sujeito que, após anos de denúncias, não gerou um pedido de CPI por parte dos antigos entusiastas da prática.
O que me divertiu foi este trecho: "A petista também negou que Luiz Eduardo Soares, seu candidato a vice em 2002, a tivesse avisado que Waldomiro pedia ilegalmente dinheiro de campanha. “Acredito que ele deve ter se equivocado”, afirmou. “Até porque não tratei de campanha. Tratei de governo. De campanha tratou o Partido dos Trabalhadores. Isso tem que ficar muito claro, porque não vou amontoar brasas sobre a minha cabeça. Então, mais uma vez vou reafirmar: eu não sou candidata de mim mesma. Só saio candidata ou assumo qualquer função ou cargo quando isso é articulado e combinado com o meu partido. Portanto, as responsabilidades são nossas. Não é responsabilidade da Benedita.”"
Muito confuso? Vou te ajudar: (i) Fulano está errado em dizer que eu nomeei Waldomiro porque "eu não tratei de campanha. Tratei de governo". Logo, a culpa é de ninguém, certo? Certo, porque (ii)"De campanha tratou o Partido dos Trabalhadores". Ou seja, Benedita deveria ganhar o prêmio Companheira do Ano. Ela consegue não ser culpada e jogar a culpa em ninguém, já que "Partido dos Trabalhadores" não é pessoa física. Aliás, pela semana que passou, provavelmente Paulo Paim não seria tido como "Partido dos Trabalhadores". Ou seria "Partido dos Trabalhadores" o ministro Dirceu? Ou ainda o assassinado Celso Daniel?
Em economês, o que a ex-ministra tenta fazer é dispersar custos e concentrar benefícios. A forma mais fácil de fazer isto é jogar a culpa em todos, menos nela. Dilui-se o custo da responsabilidade quando se fala de uma entidade que nada mais é do que a soma do número de militantes.
Mas não deixa de ser extremamente engraçado o trecho acima. A língua portuguesa é usada como subterfúgio para dispersar custos. Vou fazer um adesivo e colocar na janela: "Não tratei de campanha, tratei de governo. E isto quer dizer que se você me denunciar um cara que vou colocar no meu governo, eu vou estar surda".
Genial!
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