Mais pontos para jornalistas
Sem comentários (excelente artigo de ontem).
Trechos:
O projeto da Ancinav, ainda cheio de problemas e ameaças, excluiu na semana passada a proposta de taxar em 10% os ingressos de cinema. Caiu na real de que o cidadão é que ia pagar a conta, com bilhetes mais caros e menos estréias no interior. Mas um de seus defensores disse, em outra ocasião, que os lucros das distribuidoras e exibidoras – na maioria estrangeiras – estavam altos, logo seriam suficientes para absorver o novo imposto. Relaxe, leitor, não vou entrar na questão específica. O que me importa é notar como essa mentalidade antilucro ainda é forte ao sul do equador. Se os grupos multinacionais estão ganhando dinheiro, o que vem permitindo que construam mais e mais salas e invistam na co-produção de filmes brasileiros, além de pagar impostos e gerar empregos em território nacional, então viva o lucro!
Outro exemplo dessa tímida assimilação do capitalismo entre nós é a noção, que ouvi até de jornalistas em cargos importantes, segundo a qual “se uns ficaram mais ricos, é porque outros ficaram mais pobres”. Mesmo economistas renomados usam a imagem do “bolo a ser dividido”, como se o bolo fosse de tamanho e formato fixos, como se houvesse um montante máximo e manipulável de renda a ser partilhada entre as pessoas. Veja o caso brasileiro: há apenas 80 mil milionários aqui, mas muita gente acredita que são eles que causam a pobreza de mais de 40 milhões! Isso é um simplismo absurdo. Sem acumulação de capital não há sociedade que funcione, pois não haverá liquidez para investimento e, portanto, geração de emprego. O problema é que aqui o crescimento do PIB não está atrelado ao desenvolvimento social, o que depende de melhor dinheiro e gestão para educação, saúde, saneamento, justiça, etc. O grande concentrador de renda no Brasil é o Estado, a máquina pública com sua ineficiência e corrupção, que tira dos pobres para dar às curriolas e oligarquias.
Daniel Piza 1 x 0 resto da imprensa (salvo honrosas exceções). Clique no trecho acima para ler o resto.
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