Não tem esta de meta-economia: tudo é economia
Quando defrontado com uma variável como "religião", há duas reações possíveis: (a) ignorar e chamar qualquer coisa que não seja preço de feijão e feijão de "meta-economia" (este é um bom nome) ou (b) tentar explicar a religião com o instrumental econômico. (Ainda me lembro do bom texto de Jack Hirshleifer dizendo que não existem ciências sociais, mas sim a ciência social...que se baseia em conceitos como custos de oportunidade e escassez...)
Não é de hoje - bem sabe o leitor mais inteirado dos assuntos acadêmicos - que economistas estudam religião, cultura, arte, etc com o ferramental econômico. Você pode até não gostar do que se faz, mas não tem como negar o mérito da tentativa: ao invés do doce refúgio de (a), alguns avançam para (b).
Quando o avanço é feito, normalmente enfrenta-se algumas dificuldades como: (i) poder de monopólio - os "invadidos" não gostam de perder mercado e, assim, fazem de tudo para impedir que economistas estudem estes tópicos que, eles acreditam, são exclusividade sua. Isto, muitas vezes, deve-se a: (ii) arrogância mútua - tanto os economistas quanto os invadidos são seres humanos e, em ambos os lados, tem gente que acha que sabe mais do que qualquer um de seus pares (e também do que qualquer outro ser humano).
Pense analogamente à uma invasão: invasão que fracassa é aquela na qual não há preparo prévio. Por exemplo: eu resolvo, amanhã, publicar um livro sobre química orgânica do ponto de vista da teoria econômica. Imagine o "sucesso"...
Já uma boa invasão é feita se você estuda o objeto (de estudo) antes. Quem faz um curso de TPE com empenho sabe do que eu falo. A revisão da literatura deve, sim, ser bem feita e alvo de atenção.
Não vou me alongar muito. É tão óbvio que tocar em assuntos como este vão mesmo gerar polêmica. Mas, se polêmica impedisse o avanço da ciência, estaríamos, ainda, nas cavernas, submetidos à ciência primitiva e a um monte de mitos interessantes sobre deuses que cospem fogo e fazem chover quando alguém não lhes dá 3 1/2 kg de caquis...
Aí vai o texto: Hotteling and Olympus: modelling differences in religious prices (texto em PDF).
p.s. repare na definição de religião na página 3.
Quando defrontado com uma variável como "religião", há duas reações possíveis: (a) ignorar e chamar qualquer coisa que não seja preço de feijão e feijão de "meta-economia" (este é um bom nome) ou (b) tentar explicar a religião com o instrumental econômico. (Ainda me lembro do bom texto de Jack Hirshleifer dizendo que não existem ciências sociais, mas sim a ciência social...que se baseia em conceitos como custos de oportunidade e escassez...)
Não é de hoje - bem sabe o leitor mais inteirado dos assuntos acadêmicos - que economistas estudam religião, cultura, arte, etc com o ferramental econômico. Você pode até não gostar do que se faz, mas não tem como negar o mérito da tentativa: ao invés do doce refúgio de (a), alguns avançam para (b).
Quando o avanço é feito, normalmente enfrenta-se algumas dificuldades como: (i) poder de monopólio - os "invadidos" não gostam de perder mercado e, assim, fazem de tudo para impedir que economistas estudem estes tópicos que, eles acreditam, são exclusividade sua. Isto, muitas vezes, deve-se a: (ii) arrogância mútua - tanto os economistas quanto os invadidos são seres humanos e, em ambos os lados, tem gente que acha que sabe mais do que qualquer um de seus pares (e também do que qualquer outro ser humano).
Pense analogamente à uma invasão: invasão que fracassa é aquela na qual não há preparo prévio. Por exemplo: eu resolvo, amanhã, publicar um livro sobre química orgânica do ponto de vista da teoria econômica. Imagine o "sucesso"...
Já uma boa invasão é feita se você estuda o objeto (de estudo) antes. Quem faz um curso de TPE com empenho sabe do que eu falo. A revisão da literatura deve, sim, ser bem feita e alvo de atenção.
Não vou me alongar muito. É tão óbvio que tocar em assuntos como este vão mesmo gerar polêmica. Mas, se polêmica impedisse o avanço da ciência, estaríamos, ainda, nas cavernas, submetidos à ciência primitiva e a um monte de mitos interessantes sobre deuses que cospem fogo e fazem chover quando alguém não lhes dá 3 1/2 kg de caquis...
Aí vai o texto: Hotteling and Olympus: modelling differences in religious prices (texto em PDF).
p.s. repare na definição de religião na página 3.
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