sábado, novembro 20, 2004

Burocracia

Já havia lido isto no Politsburger, mas não é demais frisar aqui a notícia.

Das mazelas brasileiras, a burocracia talvez seja a mais democrática. Os indicadores sobre a quantidade de procedimentos, o tempo perdido com eles e o custo das exigências legais no país estão entre os piores de todo o mundo. As dificuldades vão da abertura e fechamento de empresas ao registro de compra de imóveis; da concessão de crédito à cobrança de dívidas; da rigidez da legislação trabalhista às regras de proteção aos investidores. O diagnóstico está no relatório “Doing business in 2005” , que o Banco Mundial (Bird) divulga anualmente.

A última edição do relatório analisou o nível de burocracia em 145 países. O Brasil ficou em último no ranking que compara a complexidade do processo de falência, informou o economista Simeon Djankov, principal autor da publicação. No Brasil, a insolvência de uma empresa chega a levar dez anos, um processo arrastado e que consome 8% do patrimônio envolvido.


A pergunta é: O falecido Celso Furtado, Carlos Lessa e patota nacionalista diriam que o Bird estaria a serviço do império global-excludente-norte-americano? Ou concordariam com o estudo do Bird?

Pois é. Falando nisto, Celso Furtado morreu. Fez trabalhos relevantes para a história econômica brasileira na época em que dados eram escassos. Lamentavelmente, nunca fez revisões de suas teses à luz dos dados e estudos posteriores (não se pode dizer que fosse positivista...) como a sensacional dissertação de Simão Silber (FIPE-USP) e outros tantos trabalhos de historiadores talentosos.