Por que é que eu não perco as coisas?
Outro dia eu estava atravessando a rua quando me assustei: "será que havia deixado cair a caixinha do acessório que transforma meu velho óculos e um óculos escuro? Afinal, eu a deixo, ocasionalmente, no bolso da camisa e estava no ônibus...".
Abri a pasta e, aliviado, vi que estava lá.
Pensei: "Puxa, ainda bem que puxei ao meu pai e sou cuidadoso. Normalmente só esqueço coisas sem importância monetária...".
Foi então que tive meu momento "Duilio" (veja o blog Planeta 23 nos links fixos ao lado) e, embora sem o mesmo brilhantismo do mesmo para as crônicas (e com menos loucura também...), comecei a imaginar o porquê disto. Deveria eu agradecer meu pai por ter me dado, em seus 50%, esta característica precavida?
Então me vi perdido em um cipoal de teorias. Em resumo - bem-humorado - são elas:
I - Neoclássica/Mainstream
Não preciso agradecer meu pai porque se eu sou prevenido é porque o decidi intuitivamente de forma a maximizar meu custo-benefício no sentido correto (ou seja, maior benefício por menor custo).
II - Neoclássica/Mainstrem com Sociobiologia
Não preciso agradecer meu pai porque se eu sou o receptáculo de um gene (egoísta) que manteve a "prevenção" para a perpetuação da sua sobrevivência (ou maximização das chances de sua sobrevivência ao longo das gerações).
III - Austríaco-Schumpeteriana-Hayekiana
Não sei se devo agradecer. Ser prevenido é algo que eu descobri e adotei como estratégia empreendedora. Ou será que meu pai inovou me ensinando isto quando eu era pequeno? Mas se a vida dele é diferente da minha e temos experiências distintas, talvez seja tudo uma coincidência...e se as circunstâncias mudarem, terei de me adaptar, não necessariamente com a mesma prevenção...agradecer? Depende...
IV - Marxista
A prevenção é uma ilusão da classe burguesa. O que importa é se ela serve ao propósito da dialética marxista (não a hegeliana que é feia, boba, chata e idealista). E o meu pai será superado na história. Agradecer a ele seria socialisto-cientificamente errado.
V - Novo-Institucionalista
A minha prevenção é apenas uma norma informal que compartilho com outros da minha sociedade. Posso ser mais ou menos prevenido conforme os incentivos cuja elaboração, por sua vez, é algo bastante complicado. Agradecer ao pai pode ser uma boa norma, mas teria a ver com minha polidez, por sua vez, um bom incentivo.
Humor de economista é assim...
Outro dia eu estava atravessando a rua quando me assustei: "será que havia deixado cair a caixinha do acessório que transforma meu velho óculos e um óculos escuro? Afinal, eu a deixo, ocasionalmente, no bolso da camisa e estava no ônibus...".
Abri a pasta e, aliviado, vi que estava lá.
Pensei: "Puxa, ainda bem que puxei ao meu pai e sou cuidadoso. Normalmente só esqueço coisas sem importância monetária...".
Foi então que tive meu momento "Duilio" (veja o blog Planeta 23 nos links fixos ao lado) e, embora sem o mesmo brilhantismo do mesmo para as crônicas (e com menos loucura também...), comecei a imaginar o porquê disto. Deveria eu agradecer meu pai por ter me dado, em seus 50%, esta característica precavida?
Então me vi perdido em um cipoal de teorias. Em resumo - bem-humorado - são elas:
I - Neoclássica/Mainstream
Não preciso agradecer meu pai porque se eu sou prevenido é porque o decidi intuitivamente de forma a maximizar meu custo-benefício no sentido correto (ou seja, maior benefício por menor custo).
II - Neoclássica/Mainstrem com Sociobiologia
Não preciso agradecer meu pai porque se eu sou o receptáculo de um gene (egoísta) que manteve a "prevenção" para a perpetuação da sua sobrevivência (ou maximização das chances de sua sobrevivência ao longo das gerações).
III - Austríaco-Schumpeteriana-Hayekiana
Não sei se devo agradecer. Ser prevenido é algo que eu descobri e adotei como estratégia empreendedora. Ou será que meu pai inovou me ensinando isto quando eu era pequeno? Mas se a vida dele é diferente da minha e temos experiências distintas, talvez seja tudo uma coincidência...e se as circunstâncias mudarem, terei de me adaptar, não necessariamente com a mesma prevenção...agradecer? Depende...
IV - Marxista
A prevenção é uma ilusão da classe burguesa. O que importa é se ela serve ao propósito da dialética marxista (não a hegeliana que é feia, boba, chata e idealista). E o meu pai será superado na história. Agradecer a ele seria socialisto-cientificamente errado.
V - Novo-Institucionalista
A minha prevenção é apenas uma norma informal que compartilho com outros da minha sociedade. Posso ser mais ou menos prevenido conforme os incentivos cuja elaboração, por sua vez, é algo bastante complicado. Agradecer ao pai pode ser uma boa norma, mas teria a ver com minha polidez, por sua vez, um bom incentivo.
Humor de economista é assim...
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