domingo, abril 03, 2005

Economistas brasileiros são desonestos ou apenas preguiçosos?

Como se fazia pesquisa acadêmica antes do advento e disseminação da internet? Bem, você consultava as bibliotecas e seus professores mais competentes. Uma monografia de final de curso de graduação, por exemplo, seria impensável sem uma boa resenha da literatura.

Ok, sabemos que Coase ou Marx são importantes. Mas e quando o tópico é mais específico? No mundo do "google" você obtém centenas, milhares de citações digitando palavras-chave mais ou menos genéricas. Para não se perder, novamente, você tem de buscar o conhecimento de alguém mais qualificado.

Mas o que dizer quando gente de primeira linha não cita os pioneiros? Um dos primeiros artigos sobre economia do crime no Brasil é do Ari (o do blog) com o Pablo (hoje, no Banco Mundial). Um dos primeiros artigos sobre metas de inflação - acho que até mesmo antes das metas - é de Ronald Hillbrecht (dele também é o primeiro artigo sobre Federalismo Preservador de Mercados em português). E quase nunca encontro gente citando-os em artigos correlatos.

Será que economistas acadêmicos se esqueceram de respeitar a ordem cronológica? Ou estão sendo desonestos e tentando se apoderar de idéias de outros economistas (lembrem-se do dito famoso de Keynes...) sem respeitá-los?

Há algo aqui que merece reflexão.

Ou o custo de se encontrar os artigos, digamos, dos "pioneiros" é muito alto, ou há um forte componente de baixa honestidade intelectual no mercado das idéias.

Palpites?