Ideologia importa?
Economistas costumam debater a importância da ideologia na formação de políticas econômicas. Por que?
Bem, o problema é que não é fácil explicar, economicamente, a escolha de indivíduos por motivos ideológicos (ex: você quer dinheiro ou quer um "mundo melhor"? R: dinheiro. Pois com ele você financia seu mundo melhor....certo?).
Entretanto, de vez em quando você encontra na imprensa evidências ou ao menos pistas de ideologia importa. O trecho abaixo é um bom exemplo. E Douglass North já falava da importância de se pensar teoricamente sobre isso. Palpites?
O espetáculo da reforma ministerial: " Por aqui, o governo trabalha na definição de uma agenda microeconômica capaz de garantir regras claras e estáveis de regulação, livre concorrência, políticas públicas para infra-estrutura, pesquisa e tecnologia, para tentar atrair o investimento privado, reconhecendo, enfim (todos os ministros e o PT inteiro precisam entender e aceitar esta realidade), que o Estado não tem recursos para tal. O 'espetáculo do crescimento' depende de decisões de empresas privadas apostarem e investirem no Brasil.
Mas de nada adianta definir uma agenda qualificada se há ministros que a rejeitam e bombardeiam por puro preconceito ideológico. Difícil, por exemplo, fazer o ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, compreender, conceber, criar e executar com eficiência todo o conjunto de políticas públicas necessárias para desenvolver pesquisa e tecnologia, um setor vital, estratégico para o País aprimorar a qualidade e marcas de seus produtos, fabricá-los a baixo custo e vendê-los mundo afora. Impossível atrair investimento privado em telecomunicações se o ministro da área prega a incerteza e incentiva a população a entrar na Justiça contra tarifas e acordos que o próprio governo firmou com empresas privadas. No mundo globalizado e interativo, o nacionalismo anacrônico do vice-presidente do BNDES atrapalha a execução de uma política industrial moderna e adequada a um mundo cada vez mais competitivo."