sábado, junho 21, 2003

Mind Games: Psychological Warfare Between Therapists and Scientists
By CAROL TAVRIS
Of course, tensions exist between researchers and practitioners in any field -- medicine, engineering, education. Whenever one group is doing research and the other is working in an applied domain, their interests and training will differ. The goal of the clinician, in psychology or medicine, is to help the suffering individual; the goal of the psychological or medical researcher is to explain and predict the behavior or course of illness in people in general. That is why many clinicians argue that empirical research cannot possibly capture the complex human beings who come to their offices. Professional training, they believe, should teach students empathy and appropriate therapeutic skills. Good therapy depends on the therapist's insight and experience, not on knowledge of statistics, the importance of control groups, and the scientific method.


Não é só na Economia que existem estas brigas...

sexta-feira, junho 20, 2003

De quem é este quadro?



a) William J. Baumol
b) Pablo Picasso
c) Pablo Neruda
d) Ari Francisco Jr.
e) Zé Carioca

Resposta: Letra "a". Sim, o grande economista Baumol é o autor desta linda obra. Quer ver mais? Visite-o!

quinta-feira, junho 19, 2003

Neuroeconomia

Brain Experts Now Follow the Money
Brain Experts Now Follow the Money
By SANDRA BLAKESLEE


People are efficient, rational beings who tirelessly act in their own self-interest. They make financial decisions based on reason, not emotion. And naturally, most save money for that proverbial rainy day.
Right?
Well, no. In making financial decisions, people are regularly influenced by gut feelings and intuitions. They cooperate with total strangers, gamble away the family paycheck and squander their savings on investments touted by known liars.

Such human frailties may seem far too complicated and unpredictable to fold into economic equations. But now many neuroscientists are beginning to argue that it is time to create a new field of study, called neuroeconomics.
Cláudio, o esquizofrênico, maluco, bonito, sexy, sincero, bom de cama, e modesto....em versão mais velha (isso sim é ter bom humor!)



Cláudio é esquizofrênico, tem muitas personalidades. Uma quer escrever, outra quer desmatar a Amazônia, uma terceira quer tomar cerveja e todas as outras querem dormir (tem uma escondida...que, agora, escreve isto, sem que as outras percebam).

Mas todas elas têm algo em comum com Martin Landau, Errol Flyn, John Goodman e a bela Nicole Kidman: o dia 20 de junho.

E o chato é que não consegui achar um artigo de economistas falando da influência do aniversário sobre a economia. É bem verdade que existe um sobre o deadweigth loss do Natal, que McCloskey cita favoravelmente em seu Sins of Economics, e que eu encontrei ontem, em meio à arrumação dos alfarrábios.

Sobre aniversário, claro, existe também o paradoxo de se ganhar presentes ao invés de dinheiro (ultimamente não sofro com este paradoxo: não ganho nada :-) ). Presentes são um problema para se entender economicamente. Por que? Porque, em média, as pessoas não conhecem suas preferências muito bem. E aí você ganha cuecas ao invés do Forte Apache quando tem sete anos (droga!) e o contrário com trinta (sério mesmo, algumas pessoas precisam mesmo de um bom psicólogo...quem é que dá presentes nesta ordem?? Eu, heim??).

Agora, nem tudo precisa ser explicado hoje. Meus colegas mais novos - notadamente alunos - acham que a internet se traduz também em rapidez de aprendizado. Erram feio. A gente continua demorando para resolver os nossos problemas e, como diria Adam Smith, por consequência, os de todo o resto da patota.

Você pode ter a velocidade da banda larga, mas ainda é verdade que duas meninas, na Academia de Ginástica, com os mesmos exercícios, não terão exatamente o mesmo desenvolvimento. E olha que elas pagam a mesma mensalidade...

A vida é assim. Não adianta. Não vou resolver o paradoxo dos presentes agora. Contudo, é verdade que, a partir de amanhã, terei um ano a menos para pensar no problema. Humm....talvez seja hora de mexer no fluxo (em valor presente) do meu consumo permanente...já não sou mais tão jovem....:-)
Turismo

Esta é uma viagem que eu gostaria de fazer.
Por que o Brasil sofre de falta de individualismo?

Ok, ociólogos (não me critiquem, estou seguindo Elio Gaspari), jornalistas, escritores free-lancers, donos de bares, taxistas, e até mesmo alguns de seus amigos e parentes mais próximos dizem que o Brasil está assim porque são todos os cidadãos uns individualistas. Estarão eles certos? Bem, a coisa não é tão simples...

Neste estudo, os autores concluem que: "(...) aplicando uma perspectiva utilitarista para julgar o conteúdo ético de uma ação ou uma decisão, os entrevistados brasileiros são menos propensos a enxergarem uma ação como não-ética do que os entrevistados norte-americanos".

Isto significa que somos mais individualistas? Bem, aí é que está: não exatamente. Como assim?

Os autores usam uma medida de individualismo/coletivismo (criada por Hofstede) e encontram um baixo valor para o Brasil. O que é individualismo para ele? Exatamente o que você pensa: um sujeito que pensa mais em si e nos seus familiares do que, por exemplo, no país.

Ao mesmo tempo, os autores pensam que a tomada de decisões é influenciada pela visão que os atores têm das decisões (uma espécie de diálogo com Bruno Frey e sua teoria do homo economicus ampliado). Vale dizer: preferências podem ser influenciadas pela forma como uma ação é tomada.

Breve interrupção: os autores não conhecem a contribuição de Frey na Teoria Econômica. Claro, isto é uma esperança de que o que fazemos na Academia deve ser ciência mesmo....:-)

Ok, voltando ao comentário deste minúsculo e incompleto artigo, os autores usam mais duas categorias em sua análise: egoísmo e utilitarianismo.

Na primeira, você acha uma ação moralmente correta apenas se ela melhora seu bem-estar. No segundo caso, você deve produzir mais "bem" do que "mau", na média, quando outras pessoas estão envolvidas em sua decisão.

E neste resultado, como se saem os brasileiros? Neste caso, somos mais egoístas.

Conclusão: somos pouco individualistas e bem egoístas.

Eu não quero entrar em detalhes do artigo, mas chamo a atenção para um ponto de sua conclusão: "[brasileiros] avaliam uma ação/decisão específica baseado nas consequências que gerem os maiores benefícios para os membros de seu grupo".

Grosso modo, isso, para mim, explica a sociedade sacana que temos. Pouco individualismo - e pouca valorização do indivíduo - junto a uma valorização utilitarista que favorece, na minha visão, uma sociedade cheia de grupos de interesses. O homem cordial só o é com seu grupo. E ai daquele que fugir da média medíocre! (isso me lembra uma aluna que deu cola para uma colega, foi punida e ouviu da mesma um sonoro fod****)

Estarei interpretando incorretamente o artigo? Mesmo que sim, será que minha visão da sociedade brasileira está absurdamente longe da realidade?

Bem, se você se interessou e/ou leu o artigo de sete páginas, eis a hora dos comentários.

quarta-feira, junho 18, 2003

O Desafio Brasileiro

Vale a pena ler o cap. 6 (A Tragédia do Desenvolvimento: um ensaio sobre o pessimismo) no livro do Gustavo Franco: O Desafio Brasileiro.

Links:

1. http://venus.rdc.puc-rio.br/gfranco/Castro.htm (resenha de Antônio Barros de Castro sobre o livro).

2. O site da Submarino para você comprar o livro.
95 anos de japas no Brasil


Fonte: São Paulo Shimbun (http://www.spshimbun.com.br)


Fonte: Jornal Nippo-Brasil (http://www.nippobrasil.com.br/9.especiais/95imigracao/index.shtml)

A imigração é um conhecido aspecto do desenvolvimento econômico. Bem, hoje são completados 95 anos de imigração japonesa por aqui. Parabéns para nós.

UPDATE: quer sabe mais? Clique aqui.
Papéis, livros, papéis, livros...



É incrível como, de tempos em tempos, tenho de arrumar esta bagunça...

segunda-feira, junho 16, 2003

Semana conturbada

Por vários motivos. Enfim, vamos continuar na luta.

domingo, junho 15, 2003

Ainda a educação

Neste texto, Porto Jr. e Bagolin falam de educação e crescimento econômico, numa visão bem tradicional.

Não há muito o que criticar no trabalho - que, aliás, no meio do caminho, prova, pela e-nésima vez, que educação é importante. O que interessa, para os autores, é a questão regional. Ok.

Agora, o que eu queria ver?

Veja só, leitor. Eu acho que existem dois tipos de educação: formal e informal. Acho mesmo que ambas poderiam ser formuladas via uma Cobb-Douglas. A análise dos autores limita-se - e eles seguem a literatura nisto - à educação formal.

Claro, o que eu acho, cada vez mais, que importa, é a educação informal (vide post abaixo). Assim, acho que os autores cometem um erro de especificação econométrica que, reconheço, é difícil de evitar (se eu estiver correto).

Mas fica um ponto que provavelmente o Leo saberá responder melhor: que proxies boas eles poderiam usar para incluir a educação informal (a de berço, da mãe, do "bom dia, professor", "posso entrar na sala, senhora", etc) no seu artigo?

Apenas, novamente, pensando alto....e às vezes acho que as pessoas nunca entenderam bem o significado das palavras: educação, moral e cívica...
Economia Política Constitucional...e uma observação pessoal

O artigo linkado aqui tem um tom meio sarcástico em relação à antiga oposição, atual gestora do governo federal.

Bom humor não faz mal a ninguém, embora muitos (e)leitores não gostem de críticas, certo? Em todos os casos, a discussão levantada na matéria é pertinente. Com exceção de alguns poucos cientistas políticos sérios (não são muitos, como em qualquer profissão, mas existem) e do Jorge Vianna Monteiro em sua carta quinzenal (e em seus dois livros já citados aqui uma vez), pouca gente tem dado importância a isto.

"Isto," - Cláudio - "o que?"

"Isto", meu caro, é o problema da estabilidade constitucional, das regras que permeiam o funcionamento de um sistema econômico.

Na minha opinião, está virando um problema patológico. O povo não ignora só leis escritas não. Normas e costumes estão indo para o brejo. Como sei disso? Observe, nos encontros de estudantes, nas faculdades, enfim, no meio supostamente mais culto do país, o comportamento da juventude.

Quantos se preocupam em bater à porta antes de interromper sua aula?

Quantos se preocupam em fazer sua própria parte ao invés de tomar seu tempo com contos da carochinha sobre seus estudos e sua vida difícil? (a velha desculpa de culpar o "social")

Quantos alunos ainda sentem vergonha ao saírem no meio da aula para fazer alguma atividade extra-classe?

Não confunda as coisas, leitor(a). Eu não tenho horror à juventude. Mas a juventude está se tornando mais pobre no que ela tinha de mais bonito: o auto-aprimoramento.

Com cabelos verdes ou não, ouvindo rock, hip-hop ou ópera, a situação é a mesma: os pais estão se esquecendo de ensinar aos filhos o respeito a si mesmos e, consequentemente, aos outros.

O lado bom disto é que terei menos concorrentes no mercado de trabalho. Mas eu não queria que esta minha vitória fosse tão fácil...não desta forma...