sábado, junho 04, 2005

Nem sempre ter o discurso de Ayn Rand significa ser pró-mercado na prática

O comentário, do site da FEE (www.fee.org) é:

Bush Picks Business-Friendly SEC Chairman
6/3/05
“President Bush, hearing complaints about Mr. Donaldson's [SEC] record from across the business spectrum, responded on Thursday by nominating Representative Christopher Cox, a conservative Republican from California, as a successor whose loyalties seem clear. …Mr. Cox—a devoted student of Ayn Rand, the high priestess of unfettered capitalism—has a long record in the House of promoting the agenda of business interests that are a cornerstone of the Republican Party's political and financial support.” (Washington Post, Friday)

Pro-business is not the same as pro-market.


E a notícia no TNYTimes (um breve registro é necessário) dá a entender que o discurso e a prática são os mesmos. Bem, o TNYTimes não é mais o mesmo, a gente sabe, mas é uma fonte que a elite brasileira (inexplicavelmente?) lê.

Bush S.E.C. Pick Is Seen as Friend to Corporations - New York Times

Amigo das corporações, mas não necessariamente dos mercados....
Semana da Liberdade de Impostos - RS

Aqui em MG, novamente, n.a.d.a. Notícias de outros estados? Bem,aqui está, direto do Orkut:

1. No dia 25 de maio, às 13 horas, o posto da Firense Combustíveis, localizado na Rua Santana 345-Porto Alegre, em parceria com o INSTITUTO LIBERDADE, promoverá a venda de gasolina SEM impostos para a comunidade. O volume de combustível será limitado por veículo, que receberá uma senha do posto para ser abastecido. A idéia é promover a conscientização da sociedade sobre a carga tributária no país.

2. A AGAS, através do seu Diretor, Sr. Francisco Schmidt, informa que foi inaugurado, em 18/05/05 o primeiro IMPOSTÔMETRO no Estado, em Santa Cruz do Sul, exposto na 24ª Convenção Regional de Supermercados.

3. Confirmado o fechamento de todo o comércio da cidade de Garibaldi, RS, por uma hora, durante o 25/05/05, como forma de visibilidade do movimento.

4. O IEE cofirmou ampla divulgação do Dia da Liberdade de Impostos na maratona e rústica de Porto Alegre, que ocorrerá no dia 29/05/05. Serão distribuídos adesivos ao público presente, bem como pulseiras com tarjas pretas, marcando a inconformidade com a alta carga dos tributos.

5. Foi sensacional a repercussão da campanha de venda de gasolina ao preço de R$ 1,09 contra o preço atual de R$ 2,48, cujo aumento surpreendeu a todos antes do feriado de Corpus Christi! Duzentas senhas foram distribuídas para os veículos que formaram filas homéricas para abastecerem 15 litros por carro. A venda foi iniciada às 13horas mas já tinha gente na fila desde 07:30h!!!


O meu ponto é: onde está a coalizão que venceu a MP 232 nestas horas? Mancur Olson tinha razão no que dizia sobre grupos de interesse, não?
Corrigindo um erro

O artigo que escrevi com o Ari recentemente sobre empreendedorismo foi para um jornal local. O editor, sem nos consultar, fez mudanças no texto que o tornaram - sinceramente? - uma peça ilegível.

Nem eu, nem o Ari gostamos que distorçam o que escrevemos e que isto fique sem uma resposta. Mesmo que erros ocorram, é função de quem erra corrigir/reportar o problema. Ocorre, leitor, que o povo da assessoria de comunicação não conseguirá uma resposta rápida e eficaz para isto. Não sei como é publicar em jornais do eixo RJ-SP (só publiquei um artigo, com o Gilson, no Valor Econômico), mas fica muito claro para mim que os editores de jornais de Minas Gerais adoram mexer nos textos que lhes enviam (exceto, claro, se você for um "peixe grande").

Enfim, sou mineiro, gosto de imprensa livre mas acho que a qualidade da imprensa local é baixa. Um passo para melhorar isto é, na minha opinião, ter a habilidade de editar textos respeitando os direitos de propriedade dos autores sobre as idéias que estão expondo ao público. Isto, aqui, não acontece. Coisa de mercado mineiro? Você, leitor, pode me responder.

De qualquer forma, o artigo original foi gentilmente publicado pelo pessoal que confia nos colunistas que têm: o Ratio Pro Libertas. Quer ler a versão original? Ela está aqui. Peço ao leitor que deixe aqui seu comentário sobre a diferença nos dois textos. Para mim, conversar sobre isto é útil para começar uma discussão importante sobre a liberdade de imprensa e desenvolvimento econômico. Afinal, o mercado das idéias só funciona bem se os direitos de propriedade sobre a divulgação das mesmas for respeitado.

domingo, maio 29, 2005

Religião faz bem à economia?

Muito economista confunde as coisas, né? Aposto que alguém já vai pensar em "fanáticos religiosos" dos EUA como autores desta pergunta. Bem, agora não tem jeito, tem de encarar os fatos e contra-argumentar com consistência, no mesmo terreno do autor. O texto é: Religious Market Structure, Religious Participation, and Outcomes: Is Religion Good for You? e o abstract é desafiador.

Religion plays an important role in the lives of many Americans, but there is relatively little study by economists of the implications of religiosity for economic outcomes. This likely reflects the enormous difficulty inherent in separating the causal effects of religiosity from other factors that are correlated with outcomes. In this paper, I propose a potential solution to this long standing problem, by noting that a major determinant of religious participation is religious market density, or the share of the population in an area which is of an individual's religion. I make use of the fact that exogenous predictions of market density can be formed based on area ancestral mix. That is, I relate religious participation and economic outcomes to the correlation of the religious preference of one's own heritage with the religious preference of other heritages that share one's area. I use the General Social Survey (GSS) to model the impact of market density on church attendance, and micro-data from the 1990 Census to model the impact on economic outcomes. I find that a higher market density leads to a significantly increased level of religious participation, and as well to better outcomes according to several key economic indicators: higher levels of education and income, lower levels of welfare receipt and disability, higher levels of marriage, and lower levels of divorce.

Sim, leitor, religião, assim como o fanatismo islâmico, são "travas" morais que mudam os resultados previstos pela teoria econômica. E, se assim o é, é tarefa do economista entendê-la. Não é minha praia estudar religiões, mas as evidências empíricas são fortes...
Humor


Fonte: Reason
Hoje

Leitor, se tiver tempo e acesso, compre e leia o "Estadão" (O Estado de São Paulo) de hoje. Está excelente.