sábado, fevereiro 05, 2005

Para que existe um Corecon e um Cofecon?

Eu tenho de pagar estes caras por uma lei medieval, digo, de inspiração fascista. Eu deveria mesmo era pagar para o pessoal do www.mp232.com.br ou para o sr. Paulo Skaf, da FIESP. Este sim tem feito algo consistente em relação a MP232.

Eis um debate que os sindicatos de economistas e conselhos fazem força para não existir: para que eles servem?

Cada vez mais eu me convenço que a resposta é uma só. E eles não vão gostar de ouvi-la.
Verissimo ataca novamente....mas os leitores não são todos bobos

Rodrigo Constantino me parece mais um destes novos talentos da filosofia liberal. Abaixo, o artigo.

Veríssimo e os Bananas

Rodrigo Constantino

"Para ser benquisto, o único meio é vestir-se com a pele do mais simples dos animais." (Baltasar Gracian)

No útlimo artigo de Luis Fernando Veríssimo, publicado em O Globo, "Nós, os Bananas", podemos extrair algumas importantes lições. Em primeiro lugar, notamos que a simpatia não é prova de inteligência, nem de honestidade. Em segundo lugar, percebemos que pessoas com habilidades específicas não necessariamente serão boas em vários campos. As crônicas de Veríssimo sobre o cotidiano são bem interessantes, na minha opinião. Mas isso não o habilita a bom conhecedor de economia. Aliás, nessa linha, Chico Buarque pode até fazer músicas boas, mas defende o ditador Fidel Castro, assim como o renomado arquiteto Niemeyer. A ignorância não é pecado algum. Mas não assumir sua ignorância em um campo qualquer já é estupidez. Por isso que não escrevo por aí sobre física quântica, por exemplo. Sou totalmente ignorante no tema. Mas chega de falar de mim, um desconhecido qualquer. Vamos falar do "genial" Veríssimo, cuja simpatia aumenta o perigo das suas idéias
estapafúrdias em economia.

O simpático autor defende a batida visão de que somos explorados no comércio globalizado, usando como "argumentos" para tal conclusão a suposta concentração em poucas multinacionais da produção de diversos bens, principalmente alimentos. Um dos exemplos utilizados é a participação de mercado da Wal-Mart no México, em torno de 40%. Diz Veríssimo que a abertura comercial defendida em Davos e imposta pelos ricos é que causa essa "exploração" dos pobres. Esses gigantes concentram o poder de liquidar pequenos produtores, segundo Veríssimo. Em seguida o autor cita Rubem Ricupero como grande autoridade em economia, que teria alertado no Fórum Social Mundial para a nossa pauperização pelo capital predatório "de cima", um vampiro fazendo vítimas indefesas. Velho discurso cretino de culpar bodes expiatórios pelos nossos males, mas que ainda conquista novas vítimas, normalmente jovens despreparados, desocupados e românticos.

Fiquei curioso porque Veríssimo não falou da soja, dominada pelo Brasil no mercado mundial. Ou então do comércio de frango, onde o Brasil é o maior exportador mundial, com mais de 40% do mercado. Creio que laranjas mereciam uma citação também, não? Saindo um pouco de alimentos, ele poderia também ter citado o fumo, aço ou minério-de-ferro, este dominado por três grandes produtores, sendo um deles a CVRD. Seria má fé na seleção dos itens mencionados, ou pura ignorância? Difícil saber ao certo, mas fica evidente a
falta de embasamento do autor no artigo. Desde David Ricardo que os economistas já falam de vantagens competitivas, com cada um focando no que faz melhor para trocar pelo resto. Mas Veríssimo parece entender muito pouco disso. Ele reclama que as bananas consumidas foram produzidas em algum lugar fora do Brasil, como se isso fosse ruim. E sua "solução", típica de socialistas, é se fechar, ficar fora do comércio globalizado, com proteções
estatais aos produtores locais, como se essa proteção fosse boa para o resto do povo.

O Brasil está crescendo recentemente justamente puxado pelo comércio exterior. Nosso principal cliente é o vizinho do norte, cujo crescimento econômico serve de locomotiva para empregos no mundo todo. Mas a contradição dos socialistas nunca os incomodou, e eles seguem acusando os Estados Unidos de exploradores. Poderíamos de fato ser muito mais competitivos no mercado globalizado, exportando muito mais. Mas para tanto seria necessário alterar justamente essa mentalidade socialista, fazer o oposto do que Veríssimo defende. É o excesso de intervenção do governo que prejudica nossas exportações. O governo absorve quase 40% da riqueza nacional em impostos, e sua gastança obriga a manutenção dos juros em patamares asfixiantes. Além disso, cada aparato estatal criado para a "proteção" dos produtores
nacionais gera mais burocracia, engessando as empresas. Essa frágil situação das contas públicas e da economia é que nos torna vulneráveis ao capital especulativo também, que não consegue fazer "vítimas indefesas" em nações com sólidos embasamentos. O Brasil não é explorado pelos estrangeiros, mas sim pelos políticos brasileiros, defendidos pelos simpáticos socialistas, como Veríssimo.

Fora isso, quando uma Wal-Mart vem para o país e "liquida" com vendedores menores, isso não é nem um pouco maléfico para o povo. Afinal, isso só ocorre pois a Wal-Mart é mais competitiva, e poderá oferecer preços menores. Todos economizam dinheiro que poderá ser gasto em outras áreas, mas Veríssimo parece querer ignorar isso, usando apenas a retórica pérfida de que o brasileiro dono da quitanda foi aniquilado pelas multinacionais. Analisam somente um lado da equação, de acordo com seus interesses obscuros. E nem isso é verdade, pois o que ocorre normalmente é que esses donos vendem seus negócios e usam o dinheiro para outras coisas. Veríssimo fala no celular de alguma empresa cujos acionistas são provavelmente estrangeiros, mas isso não o abala. Aliás, o Brasil tem hoje mais de 60 milhões de usuários de celular graças à competição no mercado, com multinacionais disputando cada cliente. Isso faz o serviço melhorar e o preço baixar. Quem
liga para a nacionalidade dos donos da empresa? O povo precisa de bons e baratos seviços e produtos, não importa quem os fornece. E os bens só não são mais baratos por conta da intervenção estatal, defendida por Veríssimo.

Em resumo, não é a tão repudiada globalização liberal que causa nossa miséria. São os políticos que concentram poder no Estado, aumentando impostos, burocracia e juros. As pessoas precisam sim brigar para aumentar o grau de liberalização do comércio, abolindo subsídios e cotas. Mas os socialistas contraditórios criticam o livre comércio ao mesmo tempo que pedem proteções e barreiras no mercado local, fechando o país e excluindo o povo dos benefícios enormes da globalização, para enriquecer poucos burocratas e empresários macomunados com esse podre esquema político. Para o
povo brasileiro, não importa de onde vem a banana, contanto que ela seja mais barata. Assim todos vão economizar mais, podendo migrar esses gastos para outros bens e serviços. E focando nas nossas vantagens comparativas, que aumentariam exponencialmente caso o governo reduzisse seu escopo na
economia, poderíamos participar bem mais ativamente do comércio globalizado, gerando mais empregos e reduzindo a miséria. Só quem não enxerga o óbvio são os bananas que seguem Veríssimo.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

A quem incomoda uma imprensa iraquiana livre?

Descubra lendo esta matéria de um jornal iraquiano online.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Leia primeiro

Um dos melhores artigos que já li sobre a tal teoria da exploração. Tão bom que não posso deixar de recomendá-lo.

Falando mais sério: está me fazendo repensar alguns pontos de minha argumentação teórica que estavam falhos. Muito bom.

Leia-o: Classical Economics vs. The Exploitation Theory - Mises Institute

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Se fosse o FHC seria censura

Cansei - mesmo - de receber spams na era FHC com insinuações, lendas urbanas e um monte de piadas de mau gosto contra o ex-presidente. Depois da ameaça de André Singer na campanha de 2002, não apenas este tipo de tática parou. Não recebo nem piadinha sobre o presidente.

De certa forma, o que é engraçado e que nos fóruns de discussão eu era bombardeado por manifestações furiosas de militantes do atual ocupante da Granja do Torto, quase nunca educadas.

Entretanto, de alguns anos para cá, é um silêncio o que observo. Não posso negar: é um descanso.

Mas não me agrada a idéia de um descanso baseado numa assimetria de informação gerada por quem pretende dirimi-la com Conselhões de Jornalistas ou Regulações sobre a Cultura. Claro, refiro-me à tal medida sobre os dados do IBGE que já está ficando maldosamente conhecida como "Lei da Mordaça". Duvido que seja uma mordaça, mas me lembra muito menino pequeno brigando com colegas de escola: na hora em que os dados lhe desementem, ele tenta calar a boca dos outros ou dizer que só ele conhece os dados.

Até o momento, os meus velhos colegas petistas não abriram a boca para dizer um "a" sobre o caso Lubeca, Waldomiro, a tentativa de censura à imprensa, o apoio partidário composto de Sarneys e cia, o aumento da carga tributária, a autoritária reforma univeritária, etc.

Interessante como as pessoas não têm o mesmo vigor em dizer: "eu errei" tanto quanto dizem "você está errado".

Para o bem de todos, espero que esta medida sobre o IBGE seja revista sob reflexões menos autoritárias. Se não com estes políticos, sob outros. Enfim, 2006 está chegando...
Oil-for-food

Eis aí um bom site para pesquisas. Vale a pena checar. O link é este.

domingo, janeiro 30, 2005

Mordaça no IBGE?

Como um membro da Academia brasileira, ainda não entendo o que o partido do presidente Lula pretende com esta medida.

Já se passaram bem mais de cem dias de governo e o que eu vejo não me parece melhor do que o governo anterior, senão pior. Alguém pode me explicar a medida sobre o IBGE?
E o povo iraquiano continua firme

E o povo continua contrariando os que achavam que eleições no Oriente Médio eram contrários à "cultura deles".

Apesar das viúvas de Saddam explodirem seu próprio povo (do que eles são capazes? Pergunte aos iraquianos que perderam parentes em atentados), apesar do descaso dos europeus, norte-americanos, brasileiros (ei, tem um engenheiro refém no Iraque, sabia?), o desejo de conduzir seu próprio destino ainda é mais forte. Sorry, Chavez, Castro e Fórum Social Mundial: o povo iraquiano não compartilha de sua idéa sobre outro mundo possível no qual só há um presidente, um partido e eleições fraudulentas...

Yahoo! News - Iraqis Cast Their Votes, Despite Violence
Dados, dados e mais dados...

Excelente fonte de dados: The World Economy.
Ajuste fiscal

Este artigo do José Roberto Afonso vai contra a corrente da imprensa oficialista. Será que ele tem razão?
O que é bom para o Brasil é bom para os EUA?

Se fosse o contrário, centenas de adolescentes mentais estariam marchando - possivelmente em Caracas e em Porto Alegre - contra a proposta. Mas, no mundo desenvolvido, as pessoas analisam opções com menos viés ideológico. Não que não existam bobos lá. Mas o nível de baboseira é menor...

Olha aí a proposta: Yahoo! News - Fed to Ponder Numerical Inflation Target.

Bom ponto para se acompanhar daqui para frente...
Parabéns ao povo iraquiano

Concordo com boa parte do que diz o autor deste artigo (registro rápido): The New York Times > Magazine > The Way We Live Now: The Uncommitted.

E, com ele, eu saúdo não os políticos ou os silenciosos membros da política externa brasileira (especialmente nestes últimos tempos...). Saúdo, sim, o cidadão comum iraquiano que está morrendo para eleger alguém.

Para quem ouve, no Brasil, que votar é apenas um "detalhe" da "democracia liberal burguesa", é interessante ver que pessoas estão arriscando suas vidas para ter ao menos este privilégio.

Estes nossos intelectuais anti-liberais aprenderiam muito se vivessem nos países que defendem tão bem à uma distância razoável e segura...