sábado, julho 10, 2004

Aviso

Alô pessoal. Durante algumas semanas este blog ficará nas mãos do Leo, do Ari e do Gilson. Estarei tentando explicar à minha noiva porque ser filha de portugueses, morar em Portugal e ter um orientador de mestrado grego não é um problema nestes tempos de EuroCopa.

Serei bem-sucedido? Não sei. Mas minha presença aqui será menos sentida durante estes dias.

Divirtam-se com os outros malucos deste blog e até mais.
Humor: o genial P.J. O'Rourke fazendo análise política

A diferença, para mim, de ler P.J. O'Rourke e Luiz Fernando Verissimo fazendo análise política - ou econômica - é que, embora eu morra de rir de ambos, apenas o primeiro é, intencionalmente, um humorista. Mas eu respeito o direito alheio à ignorância (desde que respeitem o meu...:D ).

Divirta-se: America, Recuse Thyself! - So the world's mad at us? Maybe we should just say goodbye.

Trecho: America's protestors against globalization will be able to relax. An inward-looking America is bound to link military and diplomatic disengagement with higher trade barriers. There will be domestic political pressure to create jobs for the hundreds of thousands of returning military personnel, State Department employees, Peace Corps volunteers, network foreign-correspondents, etc. Unfortunately, the jobs will be mostly mowing lawns and taking care of the children of husband/wife lawyer couples, since a decreasing involvement with foreign affairs will lead to an increasing resentment of foreign immigrants. (At a theoretical level there may be no reason why Isolationism, Protectionism and Nativism should be conjoined. But we can hardly have Larry and Curly without Moe.) Yet in a sensitive, diverse 21st-century America, we probably will be spared past excesses. Perhaps we'll see the rise of an In-Klusive Klux Klan. Plus, an increase in the minimum wage will solve the problem of employment inequities.
Mudando o sexo, diminuindo o custo do suicídio

Uma triste história aqui: Gender Gap - What were the real reasons behind David Reimer's suicide? By John Colapinto.

Cabe-nos perguntar até onde a opinião médica deveria ter tanto peso nas decisões das pessoas. Melhor dizendo, sociólogos, psicólogos, economistas, filósofos, médicos....todos estes cientistas são pagos para nos dar um bom palpite (cientificamente fundamentado) sobre algum problema.

Pessoas que mudam de sexo tendem a figurar mais nas estatísticas de suicídio?
No longo prazo, todos os mordomos serão substituidos...

...por próteses artificiais.

Pelo menos é o que a ciência está alcançando com novos estudos com macacos. O link é este: Yahoo! News - Mind Control Study Raises Hopes. E, claro, um trecho bacana é este: In their new study, the researchers studied three monkeys. First, the monkeys learned to reach out to touch a spot on a computer screen in return for a reward of juice. Using brain-monitoring machines, researchers studied the neurological patterns that indicated the monkeys wanted to reach forward.

Then, the monkeys learned to get rewards by mentally controlling a cursor on the computer screen instead of physically reaching. The cursor moved in response to the brain patterns indicating a desire. "They like it because it's easier than reaching," Andersen said.

quinta-feira, julho 08, 2004

O terror está lá

Não adianta negar. A sociedade islâmica, quando deixa seus radicais soltos, não está nem aí para a lei.

Mas quando ouço bandidos e invasores (tecnicamente, criminosos, pois ocupam sua propriedade privada) fazerem ameaças similares, eu tenho de concordar: não é privilégio do mundo árabe este tipo de comportamento violento e anti-democrático.

Idéias importam? Acho que sim...
Como Hayek foi parar nos EUA e outras amenidades da vida

Segundo Mises, isto se deveu a um professor da NYU (que até hoje tem alguns economistas austríacos). Havia um professor, Jeremiah Jenks, estudando o padrão-ouro no Oriente. Foi à Viena e Mieses o apresentou a seu aluno, Hayek. Pouco tempo depois, lá se ia Hayek para os EUA. Legal, né? Mas veja mais:

1. Este trecho poderia ter sido escrito por qualquer estudante brasileiro, com as devidas adaptações: "Devido à inflação e às condições da Europa da época, o problema dos estudantes europeus em geral e dos jovens estudantes austríacos em particular era, em grande medida, financeiro. O estudo regular de economia era mais difícil para aqueles que não podiam adquirir livros-texto e outros livros, especialmente como as bibliotecas, mesmo as bibliotecas específicas, que não tinham sequer dinheiro para adquirir livros". [nota pessoal: obrigado, Gustavo Franco, pelo Plano Real...]

2. Mises só lecionou porque trabalhou como Privatdozent. O que é isto? Segundo o próprio: "Um Privatdozent é um indivíduo que é admitido na universidade como professor particular. Ele não recebe qualquer pagamento do governo; na verdade, ele tem apenas o insignificante direito de receber as taxas pagas pelos seus estudantes. Muitos Privatdozents tiravam anualmente cerca de U$ 5.00 ou U$ 10.00. Portanto, eles tinham de encontrar algum outro meio de sustento (...)".

Sobre este item 2, eis aí algo interessante. Se alguém quisesse contratar Mises, poderia pagar-lhe. Agora, não compensava mesmo...

Este e outros artigos estão em "Austrian Economics - An Anthology", editado por Betinna Bien Greaves pela Foundation for Economic Education, 1996.
O dia do custo do governo

Há o dia da liberdade dos impostos (ver um resumo da primeira comemoração do mesmo no Brasil aqui).

Agora, há um outro, similar, chamado "dia do custo do governo". O que é? Vejamos a definição: Americans for Tax Reform has announced that today (July 7) is "Cost of Government Day," the day on which the average American has earned enough in cumulative gross income to pay for their share of government spending (total federal, state, and local), plus the cost of regulation.

O site oficial deles é este e a notícia foi lida no blog (acho que é link fixo nosso) TaxProf em: TaxProf Blog: Today is "Cost of Government Day".

Eis uma nova variável para se calcular. Aposto que o Davi já está rondando o blog :) ....

UPDATED: Breves palavras sobre como comparar as duas medidas aqui, aqui, aqui e aqui (em PDF). Uma crítica ao "dia do custo do governo" pode ser encontrada aqui.
Embargo de soja....viagra...isso é o que dizem ser um bom exemplo?

Difícil dizer que se trata de um bom exemplo de governo e muito menos de sistema econômico. Agora, o engraçado desta notícia é o ponto em debate. Minha opinião: a imprensa chinesa, a leitura de ideólogos comunistas, etc é tão chata, mas tão chata, que os caras realmente precisam de viagra.

quarta-feira, julho 07, 2004

Alberto Oliva 345 x 0 patuléia

Os males da "engenharia jurídica"

Trechos: A falta de pragmatismo faz com que, diante das grandes dificuldades da vida coletiva, se adote um subterfúgio legal. Se os desafios objetivos não retrocedem espontaneamente, nada mais brasileiro que sair pela tangente ou buscar refúgio no ativismo “legalóide”. Se há bandidos armados até os dentes barbarizando a cidade, sitiando as populações faveladas, impondo sua lei de talião, não há necessidade de fazer frente a isso com uma política séria de segurança. Basta introduzir como solução engenhosa o Estatuto do Desarmamento. Controlem-se as armas legais e não será necessário ter preocupação com as AR-15 dos criminosos.

Se as promessas de campanha são solenemente descumpridas porque os eleitos desconheciam a realidade do País, o que configura falta de preparo, ou porque queriam engambelar o eleitorado, a saída providencial consiste em denunciar a herança maldita. Se a legislação trabalhista dificulta a geração de empregos, jogando metade dos trabalhadores na informalidade, culpe-se a política macroeconômica neoliberal. Se a carga tributaria é escorchante, drenando recursos do setor produtivo para o buraco-negro dos gastos públicos, considere o empresário a grande sanguessuga dos bolsos depauperados.


Pára de ler o trecho e vai logo ler o artigo!!!
Um post interessante

O link abaixo leva o leitor para um post interessante, para dizer o mínimo. Austríacos que acham que matemática não serve para nada deveriam deixar seus preonceitos de lado. Idem para os economistas pensantes que acham que austríacos não dizem nada.

O futuro, para ambos, está aqui: Knowledge Problem: LEARNING IN GAME-THEORETIC MODELS AND AUSTRIAN ECONOMICS.

Confira que vale a pena.
Presidente usa herança maldita: fiscais do Sarney

Ontem conversava com um colega acadêmico que está que não pode ouvir o nome do presidente da república: votou nele.

Não tiro sua razão, claro. Mas para irritá-lo mais ainda, eu deveria lhe enviar esta notícia. Em resumo, ela diz que nosso presidente usa a herança política quando quer, seja ela maldita ou não. O discurso é o mesmo, socialista, que agrada suas bases: seja contra o capitalismo. Derrube-o pela greve. Etc.

Mas é de uma irresponsabilidade que lembra o governo Sarney para o qual tudo se resolvia com duas ferramentas (de engenheiros sociais?): (i) congelamento de preços e (ii) vontade popular.

Claro que há interesses aí. Veja um trecho: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu um boicote aos empréstimos fornecidos por bancos e administradoras de cartão de crédito. A medida seria uma forma de forçar a queda dos juros.

Lula já criticou em outros momentos os juros adotados pelas instituições financeiras. O presidente fez ontem um discurso na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras, em Brasília.


Ou seja, ele vai até uma cooperativa (concorrente dos bancos e das operadoras de cartões) e faz um discurso que poderia bem ter sido feito por um lobista pró-cooperativa, clamando por ação popular para fazer o que ele deveria estar fazendo, já que você, leitor, foi quem o elegeu, e não o contrário.

Acho que o presidente não foi informado ainda de que as taxas de juros não estão altas à toa. Há, tudo bem, a tese do cartel de bancos. Entretanto, nenhum estudo técnico sério conseguiu mostrar que a dívida do governo é totalmente desprezível neste contexto.

Eu, como cidadão, proponho que você, eleitor, também faça um boicote. Quando o governo anunciar mais um aumento de impostos, recuse-se a pagar. Afinal, se todos fizerem isto, não haverá recursos para cobrir os (novos e antigos) gastos do governo com o Ministério da Pesca, das Cidades, etc. Também proponho que você, eleitor, resista à tentação e não compre títulos da dívida pública. Assim, fechamos outra porta para a irresponsabilidade fiscal. Finalmente, o governo terá de cortar gastos. No longo prazo, o montante de gastos será menor e o governo precisará se endividar menos, logo, a taxa de juros sofrerá menos pressão do governo.

Bem, você perguntará, e os "malditos banqueiros"? Ora, a solução é simples, faça também, eleitor, manifestações pró-bancos no sentido de aumentar a concorrência entre eles. Faça lobby para que mais bancos venham para o Brasil. Assim os banqueiros terão diminuído seu poder de oligopólio (ou de monopólio). Tal como quer o presidente.

Será que faltou algo?
Marte ataca

Lembra do filme? Tem aquela cena em que os marcianos destroem o Congresso dos EUA e uma velhinha vibra.

Pois é. Aqui no Brasil, tem um monte de gente no governo vibrando com a falta de investigação sobre o (lembra?) prefeito Celso Daniel.

Mas ele não é o único. Agora temos um do PFL morto a tiros de fuzil.

A pergunta do dia é: o fuzil que o matou era uma arma legal ou ilegal? Eu tenho uma resposta, mas o pessoal do desarmamento certamente não vai querer ouvir...

terça-feira, julho 06, 2004

Boa bibliografia para seu curso de Economia Monetária

Smith, Vera, The Rationale of Central Banking: Library of Economics and Liberty

segunda-feira, julho 05, 2004

O Rio de Janeiro continua....perigoso

Esta notícia apavora...

Guerra do tráfico no Rio suspende aulas em favelas
PO

Não, não é "Pô". É PO, Pesquisa Operacional. Trata-se de uma das matérias mais interessantes de Economia e de Administração - e uma das menos compreendidas também, notadamente se o aluno é daqueles que dizem: "eu-não-vou-usar-matemática-porque-sou-preguiçoso-para-pegar-os-dados".

O link aí embaixo foi enviado pelo Leo (o mesmo "preguiçoso postador" deste blog :) ). A cada dia que passa, ele me manda mais links ao invés de colocá-los aqui. Acho que virei algo parecido com uma "demanda indireta de fatores". Aqui está o link: Boston.com / News / Boston Globe / Ideas / Operation everything.

Pensando bem, o Leo maximiza o seguinte: seja Y = número de posts no blog e sejam L = número de posts no blog gerado pela ação direta do leonardo e K = Klaudio (número de posts no blog gerado indiretamente pelo leonardo). Tem-se pL > pK (vou batizar isto, embora não vá ficar famoso, de "efeito-preguiça do Leo") e a função é (supondo-se o preço de Y normalizado para a unidade):

Max Y - pL*L - pK*K (com L e K como variáveis de controle).

E por aí vai...(ei, é um problema de PO! :) ).