quinta-feira, abril 21, 2005

O incrível crescimento do governo...dos EUA

O último working paper do Robert Higgs (talvez o maior especialista no estudo do crescimento do governo dos EUA) no link abaixo.

Government and the Economy since World War II: Publications: The Independent Institute
Hitler e a economia

Pode o governo interferir no valor das ações de uma empresa, espuriamente aumentando-a só porque "amiguinhos" do partido dirigente estão no board da mesma?

Evidências históricas para um partido popular em um grande país da Europa no paper: SSRN-Betting on Hitler - The Value of Political Connections in Nazi Germany by Thomas Ferguson, Hans-Joachim Voth.

Ou seja: falhas de governo também influenciam preços de ações...:-)
Duas formas de gerar crescimento

A World Connected - Two Approaches to Development

Trecho: Contrast this Forbes article - which describes how a global corporation brings production knowledge and trust to developing countries - with a recent NYT article called "Kenyan Village Serves as Test Case in Fight on Poverty."

The latter article describes Jeffrey Sachs, a professor at Columbia University, and his billion-dollar-plus Earth Institute's development agenda. This philathropic group is spending huge sums of money carefully to orchestrate the development of a handful of developing-world villages. So far, EI is working in two villages in Africa. While EI's goals are laudable, their methodology lies in sharp contrast with more organic solutions with similar goals, i.e. to eradicate poverty, integrate the developing world into the lucrative global market, and help create lasting institutions.

quarta-feira, abril 20, 2005

Ao contrário das manifestações estapafúrdias de certos ex-religiosos...

...a análise do Reinaldo Azevedo, na Primeira Leitura, está muito boa. Claro que o povo que só enxerga preto ou branco não vai gostar, mas leitor deste blog costuma ser mais sofisticado que a média...

Primeira Leitura : entenda : Bento 16

terça-feira, abril 19, 2005

Mercado acerta o Papa!

Link: http://www.oddschecker.com/betting/mode/f/odds/124960x
E, afinal, o que é empreendedorismo?

Continuo sem saber. Mas uma pista está nestes dois sites:

1. Definition of Entrepreneurship

2. Entrepreneurship

Dá para ter uma idéia do que é que se mediu no trabalho do GEM (citado em um dos posts abaixo) e o que realmente é empreendedorismo, não?

segunda-feira, abril 18, 2005

Função social do empresário é...

Gosto muito deste artigo do meu chefe no IBMEC, o VanDyck (nome estranho, não?). O link é este.

p.s. Luiz Simi é quem vai gostar disto. :-)
Metas Constitucionais

Gosto muito do Jorge Vianna Monteiro. Eu o conheci na época da minha dissertação de mestrado. Desde então eu continuo lendo tudo o que ele escreve na medida do possível.

O Jorge tem este dom de ser o primeiro a publicar livros sobre tópicos interessantes e importantes. Na década dos 80 foi a Escolha Pública. Depois, nos anos 90, publicou dois livros legais sobre Escolha Pública e Economia Brasileira (procure pelo nome dele e pela editora da FGV que você acha ambos). Finalmente, há este último livro sobre Economia Política Constitucional...aplicada à economia brasileira.

Tentei fazer um exercício de divulgação de alguns pontos importantes que ele destaca no artigo abaixo. Não sei se fui compreendido, mas valeu a pena tentar.

O link é este: Faltam metas constitucionais - Estado de Minas - MG
A desinformação causada pela verborragia...

Quando jornalistas não se preocupam em checar os dados, falam pérolas como esta: “O Brasil é o segundo país com mais negros do mundo e foi o último a abolir a escravidão. Por isso, essa visita do presidente Lula à ilha de Gorée era muito importante. Em toda a África não há nenhum entreposto de tráfico de escravos que era tão famoso.”

Quem acusa? Um técnico do IBGE? Eu? Não! Outro jornalista. E o que ele diz?

A fala acima pertence a um jornalista da TV Globo e foi veiculada, na quinta, no Jornal Nacional e, mais tarde, reproduzida no Jornal da Globo. É verdade que este foi o último país a abolir legalmente a escravidão dos negros, mas é falso que seja o segundo com o maior número de negros do mundo. Não é! Nem segundo, nem terceiro, nem quarto, nem quinto, sem sexto, nem sétimo... O país tem hoje 184 milhões de habitantes, dos quais 5,9%, segundo o IBGE, são negros, ou seja, 10,856 milhões. Prestem atenção ao que é, abaixo, informação. A cada nome de país segue o número de negros:

• Nigéria – 137 milhões
• República Democrática do
Congo – 58 milhões
• Estados Unidos –
37,79 milhões
• Tanzânia – 35,64 milhões
• África do Sul – 32,33 milhões
• Quênia – 31,68 milhões
• Uganda – 26,4 milhões
• Gana – 20,38 milhões
• Moçambique – 18 milhões
• Camarões – 15,84 milhões
• Zimbábue – 12,34 milhões


Quer ler mais? Então clique aqui.

Onde está a seriedade deste povo da imprensa quando você precisa dela?

domingo, abril 17, 2005

Que tipo de empreendedorismo queremos?

Todo mundo deve ter visto, semana passada, a divulgação de uma tal TEA (Atividade Empreendedora Total), divulgada pelo SEBRAE (o relatório executivo, em PDF, é este). A pesquisa foi feita pela GEM (Global Entrepreunership Monitor) para todo o mundo.

Essencialmente, a TEA é definida como: "a porcentagem da força de trabalho que está ativamente iniciando novos empreendimentos ou é proprietária/gerente de negócios cujo período de existência é inferior a 42 meses".

No relatório do SEBRAE há um gráfico com o PIB per capita (no eixo horizontal) e a TEA para vários países, em 2004. Mostra-se que há um ajuste parabólico com um ponto mínimo. Ou seja, a curva teria o formato de "U" e daria margem a uma interpretação um tanto quanto otimista da atividade empresarial.

Alguns como Elio Gaspari criticaram a TEA dizendo que o indicador seria precário. Outros, como Paulo Leite, fizeram uma leitura otimista do mesmo. Na minha opinião, ambos exageram.

Há alguns meses, publiquei no Ratio Pro Libertas, um artigo no qual eu fazia uso de uma taxonomia recém-criada por dois economistas, Christopher Coyne e Peter Leeson. O artigo deles foi publicado no último número do CATO Journal (link para o pdf aqui). Em resumo, a tese deles é a de que existem diferentes graus e combinações entre instituições econômicas, políticas e legais que podem gerar diferentes tipos de atividade empresarial (ou "empreendorismo"): produtivo, improdutivo e evasivo.

Como eu resumi no artigo citado: "O primeiro é aquele que gera riqueza social, o segundo é caracterizado pelo crime, atividades "rent-seeking" ou qualquer outra atividade que resulte em destruição de recursos econômicos. Finalmente, e esta é a contribuição maior dos autores, há a atividade empresarial evasiva, caracterizada pelo uso de todos os meios, por parte do empresário, para se livrar do sistema legal ou evitar as atividades improdutivas de outros empresários."

A relação entre liberdade econômica e PIB per capita, por exemplo, pode ser visualizada aqui, usando o índice de liberdade econômica da Heritage Foundation. Fiz o gráfico da TEA com este índice e, claro, achei que a parábola é um bom ajuste, em formato de "U". Não poderia ser diferente já que PIB per capita e liberdade econômica têm uma forte relação positiva.

Entretanto, acho que Gaspari e Leite fazem comentários superficiais sobre a TEA, seja criticando ou elogiando a medida. Para verificar isto, resolvi usar o índice de corrupção percebida da Transparency International. Se Coyne & Leeson estão certos, posso observar altos índices de TEA com baixos níveis de corrupção, mas também com altos níveis do mesmo.

Lembrando que o índice de corrupção percebida é um índice de transparência, i.e., quanto maior o índice, menor a corrupção, obtive o gráfico abaixo, com ambos - TEA (no eixo horizontal) e índice de corrupção percebida (no eixo vertical) - em logaritmos para ajustar as escalas.



Posted by Hello

O gráfico mostra que um mesmo nível de corrupção pode estar relacionado a baixos ou altos níveis de empreendedorismo (pelo menos no conceito da TEA). Eu diria que este ajuste parabólico em formato de "U" invertido nos mostra que há suporte para a tese dos "tipos de empreendedores". Ou seja: dependendo do tipo de incentivo que se dê, você terá empreendedores. Só que não necessariamente estes gerarão crescimento no longo prazo.

Comentários?
Não é humor...mas parece

Após anos lecionando, lendo certos colunistas de jornais ou apreciando discursos de políticos você começa a perceber que deve haver um sentido nisto tudo.

Bem, e há. Acho que a pista começa aqui.
Links novos

Pessoal, é o seguinte. As atualizações de links interessantes (como os de blogs) estão, a partir de agora, prioritariamente na minha página (www.cdshikida.org). As atualizações neste blog serão feitas com maior defasagem.

Já, agora, há uns três ou dois blogs novos citados lá.
Como Ari e Patrícia escolheram o nome do seu filho?

O Ari - deste blog - teve um filho em 2004. Será que escolheu o nome do menino conforme o que dizem Levitt e Dubner (Trading Up - Where do baby names come from? By Steven D. Levitt and Stephen J. Dubner)?

Ou será que ele e a Patrícia usaram algum critério aleatório? :-)
Numa europa integrada, flat tax seria o equilíbrio?

A Polônia entrou no rol dos países que simplificaram ao máximo o sistema tributário adotando o "flat tax". Essencialmente, isso é similar à proposta do Marcos Cintra Cavalcanti, em seus diversos artigos e livros.

Previsão? Provavelmente um grande crescimento econômico.

Links mais ou menos críticos à medida

1. Adam Smith Institute Blog - Poland brings in flat tax

2. Poland`s Flat Tax

3. Flat Tax Alert!