sexta-feira, junho 25, 2004

Cadê o efeito estufa?

Um link cheio de artigos sobre o tal efeito: Still Waiting For Greenhouse
Doação de órgãos, novamente

Novamente, o mesmo tema. Outro bom link: spiked-risk | debates | Human body parts
Por que não temos um site assim no Brasil?

Esta é a pergunta que eu me faço sempre. Será que nenhum estatístico achou que valia a pena botar os jornalistas no seu devido lugar? O pessoal da STATS, neste sentido, faz um bom trabalho.

Qual o devido lugar do jornalista? O de nos informar sem falar bobagens sobre estatística.

E isso acontece sempre. Todos os amigos que conheci, jornalistas, torciam o nariz para a estatística. Uns até queriam aprender mais, mas os sábios das universidade públicas achavam que estatística "não ajuda a entender" ou que "é instrumento da classe dominante".

Uma pena mesmo é que continue exatamente assim.
Excelente site

Quem financia os ativistas malucos que você vê por aí? Descubra com ActivistCash.com.
Falando de fraudes estatísticas...

O nosso link fixo ao lado, "Number Watch", em sua edição de junho, (2004 June), tem uma interessante: câmeras em estradas e número de acidentes: Speed cameras work! – the proof.

Lá você tem uma boa idéia de como a análise de regressão (instrumento básico da Econometria, embora muitos alunos, erroneamente, achem que são sinônimos) pode ser usada de forma fraudulenta.

Vale a pena pensar no que o autor fala sobre "order statistics". Um bom link (algo técnico, mas fácil se você já fez Econometria I) é este. Cheque também este link para uma interessante discussão sobre se a regulamentação governamental via instalação de câmeras não estaria aumentando os acidentes nas estradas do Reino Unido.
Como foi feita a pesquisa?

O Leo é fã da BBC. Eu não sou tão fã assim porque sou chato. Ok. Mas a BBC publicou esta matéria que, a princípio, interessou-me. A pergunta, claro, é aquela que atormenta todo o micreiro: e-mail gera dependência?

Se um economista - daqueles fanáticos intervencionistas - passasse por aqui, provavelmente perguntaria: o governo deveria criar um serviço de saúde gratuito para estes viciados, cobrando mais impostos?

E, como estou no meio de ambos pois: (i) vivo sem e-mails (embora a falta deles seja algo incômoda) e (ii) sou economista (mas não sou radical como o que citei acima). Logo, a pergunta que me veio à mente foi: quais os critérios da pesquisa? Ou melhor: como ela foi feita? Qual o grau de confiança destes resultados? Tipo de amostra?

E, para tantas perguntas, a BBC me deixou a ver navios. Normalmente tem-se o link para a reportagem na página da BBC (ponto para o Leo!). Mas esta ficou no ar.

Alguém tem o link? Alguém sabe se a pesquisa é "estatisticamente decente"?
Hipocrisia S.A.

Reinaldo Azevedo, novamente, vai ao ponto com esta (Primeira Leitura : entenda : A verdadeira crença do PTcostalismo) crítica.

Trechos:

Um leitor do site, dado a algumas provocações, me enviou o seguinte e-mail no dia em que a Câmara rejeitou o mínimo de R$ 275: “Aí, Reinaldo, hoje vcs vão dormir contrariados. Tucanos e pefelistas perderam de goleada na Câmara. Quero ver o seu texto de amanhã, destilando sua costumeira birra contra o governo petista. Chora, tucano, chora”. Tem lá a sua graça. E reflete o espírito de uma boa parte da militância de base do petismo. Para ele, vê-se, a questão do mínimo é, vamos dizer, escolástica.

Duvido que, como eu, não considere irrisório o valor do mínimo, incompatível com a pregação petista, a refletir os descaminhos do partido em que votou para governar o país. Mas e daí? A questão deixa de ter qualquer base de realidade ou de se sustentar na razão para se prender a uma espécie de teologia partidária: endossar o que fazem o governo e o partido passa a ser matéria de crença, constituindo um fundo e uma base de convicções não sujeitos à investigação e ao escrutínio dos fatos.

Assim, sempre que a realidade se opuser à doutrina, é um sinal de que se está diante da emergência do “mal”. Nessa perspectiva, tucanos e pefelistas, ao lutarem por um valor maior para o mínimo, não estariam nem querendo aumentar o benefício nem mesmo fazendo política, mas simplesmente tentando boicotar o governo Lula, inviabilizá-lo, a exemplo do que faz o demônio com a convicção dos santos e dos mártires.


Que me desculpem os petistas, mas ética é essencial.

quinta-feira, junho 24, 2004

Olha a carga tributária aí

Os amigos do IEE, novamente, com um bom tema. E meu amigo Giacomo, pela segunda vez, na mesma revista, fala sobre....o mesmo tema! O tax freedom day. É repeteco? É. Mas o problema é, cada vez mais, mais relevante.

O link? Tá aqui, ó: Revista Leader Digital.

quarta-feira, junho 23, 2004

Mas você saaaaabe mesmo Finanças?

O leitor Alexandre M. Marques, que sempre aparece por aqui com sugestões boas, traz-nos esta:

Quantum Game Theory in Finance - Edward W. Piotrowski & Jan S ladkowski

Abstract
This is a short review of the background and recent development in quantum game theory and its possible application in economics and finance. The intersection of science and society is also discussed. The review is addressed to non–specialists.

É, mané...agora quero ver você apresentar este texto em sala de aula, sem suar frio.... :D
O capital sexual também se deprecia?

Se você fosse um ator pornô (ainda por cima italiano) famoso, você se aposentaria aos 40 anos de idade? Bem, Rocco Sifredi está fazendo isto agora, embora vá continuar nos bastidores (não, não estará fazendo o que você está pensando....vai trabalhar na produção e nas filmagens :) :)).

Segundo ele, o motivo para sair do mercado não é sua potência sexual (eu não diria diferente se fosse ele, he he he), mas sim sua família.

Mas, será mesmo?

Neste tipo de mercado, o cara tem de ter beleza (a não ser que seja uma lenda viva como Ron Jeremy) e dar conta do recado (se é que você me entende). Os filhos do cara já estão com 4 e 7 anos de idade. Será mesmo este o motivo para sua aposentadoria?

Parece-me mais uma questão econômica. Como vários de seus colegas (Randy West, Joey Silvera), Rocco parece ter simplesmente realocado seu conhecimento acumulado para outro setor da mesma indústria: a direção. Afinal, aos quarenta, você pode até dar conta do recado, mas a concorrência com colegas mais novos aumenta, não?

Comentários?
Verissimo não vai entender isto, mas tudo bem

Conforme um dos meus "posts" abaixo, mais uma vez Verissimo errou ao falar de Economia. Mas o ponto levantado pela "Primeira Leitura" nesta matéria é interessante.

Um resumo é o seguinte: o governo não venceu a disputa da soja. Na verdade, perdeu. Por que?

A China suspendeu o embargo à soja brasileira depois de negociação com o governo brasileiro, nesta segunda, na qual foi definido um novo critério de avaliação do produto a ser embarcado.

O objetivo principal da China, ao suspender o desembarque da soja, porém, foi plenamente atingido, uma vez que o preço da commodity desabou no período entre 28 de maio, quando o embargo foi anunciado, e esta segunda-feira: a tonelada do produto era comercializada por US$ 320 na época. Hoje, vale US$ 260, um recuo de 18,75%.


Ou seja, você embarga, o preço cai (via expectativas) e, em seguida, você suspende o embargo, mas enche a sacola com o produto a um preço menor.

Sei que é um "economismo neoclássico", mas é uma boa explicação. Comentários?
Linux: um Frankenstein?

Aí vai mais uma sobre o tal "software livre".

Wired 12.07: The Linux Killer
Japonês é tudo igual: a vingança

Agora sim, a piada será verdade....veja: Wired News: Japan: Cloning Coming.
O incrível cronista que encolheu

L.F.Verissimo continua falando inverdades (ou "mentiras"?) sobre a economia. Se você é assinante do Jornal O Globo, poderá ler mais uma pérola de imprecisão do famoso cronista. [Para ler minhas correções ao cronista, veja este link]

Aí vai o trecho: O economismo neoclássico sofreu alguns abalos nos últimos anos, com a deserção ou a autocrítica de alguns dos seus luminares, mas nem toda a evidência acumulada de que o domínio do seu pensamento único só aumentou a desigualdade e a miséria no mundo impede que ele continue a ser chamado de “pescocê”. O Brasil do PT desencaminhado é um exemplo doloroso das consequências deste estranho acidente semântico, ocorrido não se sabe bem quando: o dia em que as frases “responsabilidade fiscal” e “responsabilidade social” passaram a ser antônimas, e excludentes. Mas se insiste que aqui não é assim, ou se insiste que o nome certo disso é “pescocê”.

Ele fala de "pescocê" porque se refere, no pequeno texto de domingo último, à palavra "pescoço", em francês. Como sempre, a idéia do cronista é criticar a economia neoclássica, mesmo que ele não saiba o que isto signifique.

Há vários problemas no trecho acima. Primeiro, fica difícil saber o que é "economismo". Talvez o cronista não entenda o suficiente de ciência e pode estar se referindo ao uso do raciocínio econômico às situações da vida. É como um conhecido meu, marxista, que apresenta certa antipatia à economia (desculpe, "ao economismo") neoclássico, mas, agora que está apertado de grana, fez até planilha de custos.

Segundo, a discussão do século anterior sobre o que seria "economia neoclássica" é algo que Verissimo provavelmente não entende bem. Posso fazer várias perguntas para ele, pessoalmente, sobre os termos em questão e garanto que ele vai se enrolar todo. O que é, para Verissimo, "neoclássico"? É Keynes "neoclássico"? O que Keynes chama de "clássico" é "neoclássico"? Um novo-keynesiano tem raízes "neoclássicas"?

Terceiro, em ciência, ao contrário dos partidos políticos (Verissimo não escreveu uma linha sobre Waldomiro Diniz...saiu de férias antes do escândalo, voltou e, desde então, a vítima preferida é Bush. E Paulo Francis é que morava nos EUA...), as pessoas não fazem "autocrítica" (Luckaks fez autocrítica, para a alegria da turma do "outro mundo é possível" húngara, mas não era economista). Muito menos se diz que alguém é "traidor".

Na verdade, sou injusto aqui. Existem pessoas que mudam seus caminhos dentro da ciência. Vários luminares heterodoxos mudaram de lado nos últimos anos. Marcos Lisboa talvez seja uma esfinge para Verissimo: é ele um luminar neoclássico que mudou de lado (está no governo do PT) após mudar de lado quando começou sua famosa tese sobre neoricardianos (heterodoxos) e terminou se transformando num talentoso crítico da heterodoxia (logo, um "ortodoxo"...mas "neoclássico"?)?

O que dizer de Stiglitz? Ele critica o FMI. É um "heterodoxo"? Um "neoclássico"? E James Tobin, então? Vocês já o viram vociferando contra os "neoclássicos"? Ou contra os "economicistas"?

Finalmente, algo que um pesquisador sério precisa fazer é reler TODAS as colunas do cronista, desde 1994, para ver se o que ele reclama de "responsabilidade social" e "responsabilidade fiscal" é correto. Do trecho acima podemos concluir que ele acha um erro que "fiscal seja diferente de social", certo?
Então veja o que ele disse em 2003 (negrito por minha conta):

As frases que nos perseguem - Luis Fernando Verissimo

O FMI nos ama, a Goldman Sachs nos recomenda, o que foi que fizemos de errado? Nós do CALDO, Corpo Auxiliar Luma de Oliveira, cuja função é torcer para que o PT não perca sua alma, entendemos todos os argumentos do novo governo para continuar a política econômica do velho, e que podem ser resumidos na frase “coerência tem hora”. Tudo bem. Longe da gente criar problemas para o Lula e dar chumbo para a reação. Mas quando chegar a hora de ser coerente de novo, lembramos que um bom exemplo de cura da dependência no capital predatório internacional quem deu foi o Joseph Stiglitz, que era do Banco Mundial e sabe: a Malásia superou a crise dos asiáticos mais depressa porque foi o país que desprezou mais depressa as regras do FMI. Nossa recomendação é: pensem malásio. Quando chegar a hora.

Mas não é preciso ir tão longe no mapa, apenas mais longe no tempo, para buscar exemplos de desobediência premiada à ditadura da especulação. Quem conhece um pouco da história dos Estados Unidos sabe que a grande expansão americana no século 19 foi feita de falência em falência, com depressões purgativas seguidas de novos ciclos de calotes criativos, e que não é exagero dizer que a história do desenvolvimento deles é a história de uma guerra aberta entre o capital produtivo e o capital financeiro, só amainada, mas não encerrada, com o crescimento das bolsas de valores e do mito do capitalismo popular. Sorte dos americanos que na época não havia um FMI inglês para receitar responsabilidade fiscal e dizer que pagar dívidas era mais importante do que se industrializar, criar empregos e conquistar um continente. E que o ethos dominante no mundo ainda não fosse o estabelecido pelo capital financeiro, segundo o qual é mais moral manter o crédito do que alimentar um filho.

O novo governo deveria ter adaptado a frase que perseguiu o Fernando Henrique durante todo o seu bi-mandato, com um adendo: esqueçam tudo o que nós escrevemos e dissemos — por enquanto. Mas tive um exemplo de como nem sempre se deve lamentar as frases que nos perseguem. Escrevi uma vez que era um cético que só acreditava no que pudesse tocar: não acreditava na Luiza Brunet, por exemplo. Cruzei com a Luiza Brunet num dos camarotes deste carnaval. Ela me cobrou a frase, e disse que eu podia tocá-la para me convencer da sua existência. Toquei-a. Não me convenci. Não pode existir mulher tão bonita e tão simpática ao mesmo tempo. Vou precisar de mais provas.


Como você vê, leitor, há um problema quando se escreve para o jornal, pelo menos duas vezes por semana. E há um problema maior quando se escreve, com esta freqüência, sobre o que não se entende bem. Termos sem definição (ou "chavões", "jargões"), imprecisões científicas ("economicismo neoclássico" é antônimo de que?) e mudanças de opinião que alteram totalmente as conclusões (ou as antigas, ou as novas, escolha).

Isto sim é a comédia da vida privada. Mas certamente não é muito engraçada para quem entende do assunto.
Salvando vidas através do mercado

Em alguns lugares do mundo, economistas sérios são ouvidos. Ou pelo menos plagiados. Mais um ponto para Alex Tabarrok!

Marginal Revolution: Kidney swaps II

terça-feira, junho 22, 2004

Por que homossexuais (e heterossexuais) deveriam ser liberais?

Um bom texto diferenciando conservadores de liberais (no sentido euroepeu...nos EUA seria "libertários") e fazendo boas considerações sobre a (ótima) contribuição de Hayek às causas sociais.

Tenho amigos conservadores e eles provavelmente não gostarão de ler este texto. Mas se eles lêem Hayek, já têm um ponto positivo. :)

Reason: Objections to These Unions: What Friedrich Hayek can teach us about gay marriage

segunda-feira, junho 21, 2004

Foguete privado

E não é que ele decolou?
Encontro dos membros do blog - 20.06.2004 - Belo Horizonte


Posted by Hello

Obs: sugerimos que o Banco Central mantenha a taxa de juros no mesmo nível, sem viés, até sábado (se não chover).

domingo, junho 20, 2004

Cigarro mata...mas nem tanto

Pare de fumar até os 35 anos e viva mais. Sério? Sério. Veja: Yahoo! News - Smokers, Quit Early to Regain Health