sábado, março 13, 2004

Quem tem medo dos exércitos privados?

Você conhece a indústria privada de soldados? Sabe quanto ela movimenta? Como é que isto funciona (funciona?)?

Mais uma leitura interessante para os aficcionados deste blog. Clique no trecho abaixo para ler tudo.

Peacekeepers, Inc. by P.W. Singer - Policy Review, No. 119

"Given the fact that few have even heard of it, the privatized military industry is a surprisingly big business. It has several hundred companies, operating in over 100 countries on six continents, and over $100 billion in annual global revenue. In fact, with the recent purchase of mpri (a Virginia-based military advisory company) by the Fortune 500 firm l-3, many Americans already own slices of the industry in their 401(k)s. In the immediate aftermath of the September 11 attacks, the industry was one of the few to rise in stock valuation rather than plummet. The reason is that the attacks essentially lodged a “security tax” on the economy, from which the private military industry stands to benefit".
Humor, o bom e velho humor....

Várias piadas sobre política, políticos, tiranos e presidentes no artigo cujo trecho se reproduz a seguir.

When Politics Is a Laughing Matter - Policy Review, No. 110: As the classic Soviet joke goes, one secret policeman asks another, “So, what do you think of the government?” His colleague looks around before replying, “The same as you, comrade,” whereupon Policeman No. 1 declares, “In that case, it is my duty to arrest you.” Luis E. Aguilar, professor emeritus of history at Georgetown University, recalled in Chistes: Political Humor in Cuba (Cuban American National Foundation, 1989), “I heard the same joke years later. Only then it was being whispered in Cuba.”
Você acredita viver em um país sério? (II)

A notícia abaixo (breve registro requerido) mostra que o TRE cancelou um bocado de títulos eleitorais em SP (quase 10 mil).

E o brasileirão médio me falava de irregularidades na Florida, pedindo recontagem de votos (brasileiro adora pedir recontagem de votos em outros países, incrível isto!).

Agora, a notícia abaixo é de uma ironia incrível: até o piloto da American Airlines pode dar entrevista pedindo a recontagem dos votos da última eleição presidencial.

TRE cancela quase 10 mil títulos eleitorais nas regiões de Campinas e Ribeirão

sexta-feira, março 12, 2004

Você acredita viver em um país sério? (I)

A partir de hoje eu convido os leitores a me enviarem links de notícias que mostrem o quão sério é este país. O objetivo é mostrar que eu estou errado.

Afinal, com notícias como esta cuja explicação está muito bem exposta aqui, eu não consigo imaginar que qualquer (qualquer mesmo) funcionário público, seja ele diretor de repartição ou presidente do país tenha respaldo moral para me dizer que o Brasil é um país sério.

É, no mínimo, um país dúbio e confuso. Nem Freud explica.

quinta-feira, março 11, 2004

Artigos na Blogosphera

Quem me conhece há mais tempo sabe que de vez em quando eu apareço em um ou outro jornal impresso, com um ou outro artigo. A partir de hoje, vou fazer como alguns caras fazem: vou publicar meus artigos aqui. Se publicar no jornal, publicarei depois aqui. Se os editores não gostarem, então eles estarão aqui. Ou, finalmente, se eu achar que o jornal impresso não é a forma mais interessante para expressar minhas idéias, então o artigo será exclusivo do blog.

Qual a diferença? Bem, às vezes teremos posts maiores aqui. E meus colegas de blog sabem que a sugestão vale para todos.

Portanto, aguardem!
Iraque, petróleo e a "Dutch (Political) Disease" que vem aí

Iraquianos não terão um bom futuro, na minha opinião. Eles ainda insistem em manter a produção do petróleo estatizada e não pensaram em nenhum tipo de arranjo a la Alaska para o setor.

Leia mais clicando no trecho abaixo.

Hudson Institute > American Outlook >As things now seem to be shaping up, any hope for major changes in the structure of Iraq’s oil industry has become the most important victim. Pentagon sources say that all energy, physical and intellectual, is being absorbed by the current attempt to gain control of the country, at the expense of all other policy chores. When all is said and done, Iraq will have a state-owned-and-operated monopoly oil industry that is a dutiful member of the OPEC cartel, providing a flow of funds to a central government that we will find uncongenial. Indeed, even if we do find the energy to attempt to plant the seeds of a free-market economy of the sort that our designated administrator, Paul Bremer, originally had in mind, it is unlikely that those seeds will flower in Iraq’s desert soil and hostile climate—witness the rallying of Iraq’s business class around the protectionist banner. (One leading Iraqi businessman says that in the absence of protection from foreign competition, “local companies will be completely smashed” [Wall Street Journal, June 25, 2003], a not-unreasonable assumption given the lack of investment in these companies for several decades, and their forced operation in a non-market economy.)

quarta-feira, março 10, 2004

Mais Governo, mais mortes

Muita gente estuda, em Economia, o planejador benevolente. Bela teoria (sério), mas com uma hipótese que nem sempre é condizente com os fatos.

Duvida? Então veja a figura abaixo.

Alunos do Shikida têm excelente chance de mostrar seu valor

A página abaixo (consultada por apenas 11 alunos até o momento...) é um exemplo de trabalho que, se levado a sério, pode render muitos frutos. Leitores mais ou menos versados no tema, do IBMEC-MG ou não estão convidados a pensar sobre o assunto.

Nunca é demais lembrar que o estudante universitário é insumo do mercado e, na universidade, deve aprender a fazer análises bem fundamentadas sobre problemas do dia-a-dia.

Ah, e a página abaixo pode ser atualizada aleatoriamente em suas dicas. Fique esperto!

Trabalho de Fundamentos de Economia - I - (IBMEC-MG, 2004.I)

terça-feira, março 09, 2004

O intermediário indesejado

Ok, seu parente morreu. Triste. Mas sua família doa o corpo para estudos científicos de uma universidade. Genial! Uma transação legal, tranquila, com alto teor emocional e, diria eu, bacana.

Mas aí vem um sujeito e se apropria indevidamente do corpo, desrespeitando o direito de propriedade da universidade e o vende. E, macabramente, faz um bom negócio.

É, existe gente que desrespeita o direito de propriedade dos vivos (roubos, invasões ilegais de propriedades). Note, o problema não está em vender cadáveres, o problema está na quebra contratual, no desrespeito ao direito de propriedade da universidade sobre os corpos. Se a família concordassse em vender o cadáver do seu falecido membro, seria uma transação legal. Mas tomar posse de algo doado para vender é criminoso.

Aí vai: Yahoo! News - $704,600 Billed for Cadavers
Não é Tecnologia...nem Feitiçaria

Muita gente pensa que avanço tecnológico é sinônimo de computador bacana e chips pequenininhos (ou mais pequenos que isto....).

E quando a tecnologia que você desenvolveu não faz sucesso? Bem, como diria P.J. O'Rourke no divertido "Eat the Rich" (procure na Amazon...), a culpa ou é:

a) dos judeus
b) dos japoneses
c) da incompetência dos consumidores burros que não me entenderam.

Se eu pudesse colocar uma opção a mais na lista acima, colocaria a velha "má percepção" dos empresários. Empresários erram. Não são perfeitos. E descobrir um nicho de mercado não é fácil, embora o custo de oportunidade, se bem entendido, possa ser uma forma de se começar errando menos.

Leia mais sobre o tema no link a seguir: TCS: Tech Central Station - Red Sox Technologies

domingo, março 07, 2004

Excelente dica

Excelente dica para quem não tem medo de bons textos (não é fácil de ler se você está em início de graduação, mas não é impossível).

Property Rights, Violence and the State (Lee Alston & Bernardo Mueller), pdf
Você tá mais medroso hoje?

Confira a pesquisa da FGV: Índice do Medo.
Seja doméstica, ganhe pouco e trabalhe muito! Uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Você mulher, com mais (ou menos) de dezoito anos, anti-globalização, aliste-se já no rol das "mulheres que ganham pouco". Condizente com seu discurso anti-globalização, anti-integração econômica, fechamento da economia, você tem, em contrapartida, menores oportunidades de enriquecer.

Como dizem, uma correlação, em si, não diz nada sobre causalidades. Mas a ciência econômica indica que o comércio livre num mundo onde, ao contrário do que disse o Verissimo (num artigo que já critiquei em "O Tempo, 24.02.2004"), existe (ao menos algum) avanço tecnológico, comércio melhora sua vida.

E os dados, os terríveis dados que derrubam argumentos bem construídos, de apelo popular (ou não), bem, os dados estão aí embaixo. Tire suas próprias conclusões.


Fonte: Foreign Policy
Cultura e globalização

Quase sempre encontro pessoas que insistem: "temos de ter reserva de mercado para nossos desenhos animados", "temos de ter reserva de mercado para nossa música", etc.

Estas pessoas sempre têm um argumento similar. Por exemplo, no caso dos desenhos animados, diz-se que os desenhos estrangeiros são muito violentos. É aquele exemplo típico de quem acredita que brasileiro só produz desenhos não-violentos. Se este sujeitoa ainda for daqueles com discursos moralistas, dirá que não se deve legalizar a prostituição porque o HIV irá se disseminar rapidamente.

Certo?

Então só falta explicar como um morador do Rio de Janeiro produziria um desenho animado não-violento.... Como vimos num dos posts abaixo (thanks, Gilson), o Rio de Janeiro é mais violenta que Beirute, segundo recente pesquisa. Logo, o argumento de que nossa cultura tem algo de superior aos "diabólicos desenhos estrangeiros" é totalmente furado.

Mas não precisamos parar por aqui. Sabemos que muitos diretores de filmes francesesse inspiraram em filmes americanos. Por exemplo, Jean Renoir adorava Hollywood e Truffaut foi muito influenciado por Hitchcock.

Nossa...que nó na cabeça do intelectualzinho de plantão que acha que sofisticação cultural é ter preconceito contra qualquer filme que não seja produzido na Europa...

Finalmente, a globalização cultural é tão forte assim? Parece que não. Observando os dados do mesmo pessoal que mediu o índice de globalização econômica, vemos que o Brasil ocupa uma colocação modesta no índice. Em 1995 estava em 37o, foi para 38o no ano seguinte e, finalmente, em 1997, estava em 34o. E a amostra só tem 53 países!

A grande lição, para mim, é: arte é livre. Não crie restrições. Incentive as manifestações culturais de todos os tipos (o Leo tem uma monografia interessante sobre o tema...ver o link fixo ao lado).

"Quem está sendo engolido pela globalização?" é uma pergunta sem sentido. Assim me parece.

The Cultural Globalization Index
Idéias são escassas, mas não sua reprodutibilidade

O título deste post é tão óbvio que dói. Todo mundo sabe que idéias são escassas. Por exemplo, um belo dia, na década dos 60, Mel Brooks e Buck Henry tiveram a idéia de fazer um seriado de TV satirizando o mundo da espionagem: havia nascido o Agente 86.

Desde então, o mesmo aparece na nossa telinha em programações diversas (homenagens, programação regular, etc).

Pois é. Mas não existe apenas este tipo de reprodução. Existe também, na blogosphera (blogosfera é meio feio de se escrever...), a disseminação de idéias. Vale dizer, alguém como o Gilson cria um termo como, digamos, "bingo-brás" e, no dia seguinte, ele aparece na coluna do Daniel Piza.

Hummm..ok. Gilson não inventou algo tão inusitado assim. E nem os pesquisadores da HP foram tão inteligentes ao dizerem que poucos são os blogs originais. Mas o bacana é a técnica envolvida para se descobrir isto. Leia a notícia da Wired que acabo de indicar. É, no mínimo, curiosa.