sábado, novembro 15, 2003

O lado negro das listinhas para presentes de casamento, chás de panela, etc

Sabe estas listas de gente para comprar um presente de casamento para fulano ou sei lá o que mais?

Eu acho que estas listas não são iguais sempre. Digo, uma lista de amigos meus é diferente de uma lista de colegas de trabalho. A impressão que eu tenho é que, no ambiente de trabalho, há sempre muito conflito e estas listas servem para constranger as pessoas. Há um certo deleite da funcionária X de pressionar o chefe Y para que este libere dinheiro.

No caso de listas de amigos, este problema não aparece.

Além disso, há o lado "não-tão-negro" de listas como estas, de escritório: elas criam uma tênue (e falsa) sensação de que são todos parte de uma família (até o próximo corte de verbas ou evento similar).

Estou exagerando? Acho que não. E você?

sexta-feira, novembro 14, 2003

Excelente livro com a MAIS HORRENDA tradução de TODOS OS TEMPOS

Parece exagero meu, mas não é. Aí vai: Teoria Econômica do Direito (Frank H. Stephen)
Pergunta do aluno: são os políticos racionais?

Resposta em um ano de aula na GMU (George Mason University):

1. Public Choice

2. Public Choice II

quarta-feira, novembro 12, 2003

Aluno bom deveria ler Tyler Cowen

Eu realmente recomendo. Este artigo, então, é simples e interessante.

TCS: Tech Central Station - Media Bias Comes From Viewers Like You

Aliás, este número do TechCentral Station tá muito interessante!

terça-feira, novembro 11, 2003

É proibido beijar: Coase x Pigou

Beijar é bom. Bem, pelo menos é o que pensam heterossexuais, homossexuais, bissexuais, trissexuais, tetrassexuais, etc.

Mas não é o que pensam alguns russos, principalmente se você está no metrô.

A solução moscovita (e chata) é simples: quem quiser beijar....será multado. É a típica solução pigouviana que peca por achar que apenas uma das partes (os senhores namorados) é que geram externalidades negativas.

A solução de Coase seria mais interessante: deixe quem valoriza mais o direito de beijar pagar por ele. Se forem os chatões, eles compram o direito e proibem os namorados. Se for o contrário, a beijação tá liberada.

A gente, nestas horas, imagina, se é "Moscou contra 007" ou "Moscou contra Coase".

Vá lá que tirar a roupa no restaurante e jogar a namorada na mesa possa, ahan, incomodar o gerente. Mas uns beijinhos, sei não...e tem gente que implica com beijos no metrô? Embaixo da terra?

Há a questão polêmica da censura, atentado ao pudor, etc. Mas, Rasmusen (ver link ao lado, fixo) tinha um bom artigo sobre a queima da bandeira dos EUA e o teorema de Coase sobre isto. Não lembro o argumento, mas eu garanto para você que a mulherada do RJ iria, nestes termos, financiar a construção de um oleoduto do Afeganistão até Ituiutaba só com as multas por não usarem burka na era dos talibãs.....

segunda-feira, novembro 10, 2003

Coase

Em mais um dia cansativo e cheio de problemas, tive o prazer de ouvir o sagrado nome de Ronald Coase mais uma vez. É bom ter bons alunos para variar...

Ah sim, um bom exemplo do teorema? Caramba, tem tantos....mas há um exemplo numérico aqui.

A discussão sobre bibliotecas e sobre o tópico do Leonardo-Penna (por que alunos não notam economia nas ruas, estádios e boates) continuam me perseguindo. Outros fantasmas me atormentam também, claro. Mas só posso vencer os que são mais vulneráveis.

Então, façam fila senhores fantasmas. Vou bater todos, mas um de cada vez, devagar, lentamente, com muita calma... >:-)
Bibliotecas

Livros são bons ou ruins e bibliotecas são boas. Bibliotecários(as) podem ser mais ou menos chatos, mas não impedem o serviço dos livros.

Pois bem. Conversando com o Sérgio Birchal (um atleticano como podem ver pelo sobrenome, he he he) na sexta-feira, ele me contava que ganhou uma carteira da biblioteca da LSE (London School) vitalícia.

A conversa surgiu no seguinte contexto: ele reclamava da burocracia da biblioteca, dizendo que "ex-alunos poderiam pegar livros via empréstimo". Retrucado pelo argumento razoável da bibliotecária de que: "o cara pode pegar o livro e fugir", ele disse: "eu saí de Londres e vim para Belo Horizonte. Você acha que eles sabem onde fica Belo Horizonte?"

O leitor pode concordar com ele no que diz respeito ao marketing. É realmente uma boa idéia - e as diversas "Associações de ex-alunos" provam isso - o vínculo que se cria entre aluno e escola, mostrando ao primeiro que ele não é só um pouco de grana a mais (embora, claro, seja isso mesmo).

Capital social? Custos? Realmente não sei se concordo com Sérgio, mas há um ponto interessante: como se poderia criar uma política de empréstimos que minimizasse a probabilidade de roubo ao mesmo tempo em que se cria um vínculo interessante para a empresa?

Ah, e existe aquela história maluca do Leo, de que em Cambridge a organização de livros na estante não segue o que nossos burocratas e bibliotecários gostariam que seguisse. Mas isto ele pode contar em outro post....

E aí? Como é na sua faculdade?

domingo, novembro 09, 2003

Bin Laden....por alguém bem próximo

O cadastro é rápido e o jornal é excelente....

Telegraph | News | Carmen bin Laden lifts the lid on life in Osama's family
Beisebol: Brasil

Estados mais ricos apresentam maior diversidade de modalidades esportivas? Eu creio que sim. Mas, até que uma evidência empírica corrobore meu chute, aí vai uma página que jamais imaginei existir.

BEISEBOL BRASIL As bases da emoção Página principal
Violência

O governo teve muito tempo para fazer uma pesquisa como esta. Mas acabou saindo pelo IFB - Instituto Futuro Brasil.

Segundo Gaspari: "O Instituto Futuro Brasil divulga nesta semana os números completos de uma enorme pesquisa feita na cidade de São Paulo para ver direito o problema da violência. Num trabalho sem precedentes, estudaram-se cinco mil domicílios, cobrindo cerca de 20 mil pessoas.

Está dura a vida na cidade. Só 11% dos entrevistados acham que se pode confiar nos outros, e 89% julgam mais prudente ficar sempre com um pé atrás. Nível de Colômbia. Na Bósnia, 27% das pessoas confiam no gênero humano. Nos Estados Unidos, 42,5%. Estatisticamente, um em cada dois paulistanos sofrerá uma violência durante sua vida adulta. Dois em cada dez sofreram algum tipo de violência ou de ilegalidade nos últimos 12 meses.

As estatísticas de roubos de carros e de agressões físicas de São Paulo estão piores que as colombianas e o cidadão quer distância da polícia. Os indicadores de agressões físicas são o triplo dos americanos, mas as notificações à policia equivalem à terça parte. O paulistano apanha calado. Só um cada dois assaltados, inclusive com arma de fogo, vai ao distrito contar o que lhe sucedeu.

Apesar desse pé-atrás, de cada dez pessoas que pediram ajuda à polícia, oito disseram ter recebido um atendimento decente ou até acima de suas expectativas.

Um em cada dois jovens de 16 a 25 anos já foi revistado. Dois em cada dez foram desrespeitados e oito em cada cem foram agredidos ou maltratados pela polícia. Isso para a população em geral. Quebrando-se os números pela cor, a coisa fica feia: um negro tem quase duas vezes mais chances de ser revistado, ameaçado ou desrespeitado pela polícia. Suas chances de ser agredido ou maltratado são três vezes maiores que as dos brancos.

A idéia e o patrocínio dessa pesquisa foi de Claudio Haddad, presidente do Instituto Futuro Brasil. Na sua opinião, ninguém jamais saiu de uma encalacrada como a violência de São Paulo sem pelo menos saber os números do problema. Ele foi atrás e a pesquisa revelou cenas surpreendentes.

Os paulistanos estão equipados. Quase todos os domicílios têm TV a cores e geladeira (98% e 97%). Metade tem freezer (54,8%), automóvel (49,7%) e cartão de crédito (55%). De cada dez, seis têm algum tipo de plano de saúde.

De cada cem moradores de São Paulo, 15 moram em favelas e 44% vivem perto de uma favela. Isso todo mundo sabe. Agora vê-se que 78% dos favelados moram em imóvel próprio, mais da metade dos quais sem escritura. Alô, alô, doutor Olívio Dutra, ministro das Cidades, 78% dos moradores de favelas vive em casa própria, mas só 14% conseguiram escritura. Numa favela, a percentagem de domicílios alugados é de 7%. Num condomínio blindado a taxa é de 27%.

No andar de baixo há muita polícia para prender e maltratar os cidadãos, mas há pouca lei para lhes garantir a propriedade de sua casas. No de cima, pensou-se que botando-se bastante polícia para vigiar a turma de baixo, o patrimônio estava garantido. Deu errado. "

É leitor, pesquisa pode ser bem público. Mas ela pode ser ofertada pelo setor privado também. Vide tudo isto aí acima. Agora, o problema da violência é terrível mesmo...vejamos a divulgação na segunda.