sábado, março 27, 2004

Viva os supermercados!

Os supermercados são a salvação para uma nação pobre? Bem, parece que sim. Aparentemente, os romenos, após anos de submissão ao programa "capitalismo zero" (que anda na moda nos trópicos...), mostram uma interessante preferência por comprar em grandes lojas.

Aqui está o link: Yahoo! News - Megastores eye Romanian market

Mas a discussão sobre supermercados e não-tão-super mercados está bem colocada nestes "cartoons" do genial Peter Bagge. sobre os malls (shopping centers).
Espetáculo do Crescimento: cadê? onde? quando? como?

Perguntas que pareciam óbvias na boca de seu amigo militante até a eleição de 2002, agora novamente em questão. Leia mais na Leader (link abaixo). Particularmente recomendo os artigos de Giacomo Balbinotto Neto e Alberto Oliva.

Revista Leader Digital
A Economia dos órgãos para transplante

Um dos temas que mais me preocupa e me atrai para fins de pesquisa é este. E muita gente, por ignorância mesmo do assunto, acha que é bobagem que se peça a permissão dos parentes para a remoção dos órgãos de um familiar.

Não deveria ser algo fácil de se resolver. Alias, não é. O órgão é, exceto no caso de consenso presumido, propriedade de seu dono (bem, descontando, como sempre me lembra o VanDyck, meu chefe, as leis que proíbem as mulheres de fazerem aborto, o que lhes retira o direito à propriedade total de seus respectivos úteros).

Há uma vasta literatura (não tão vasta quanto ciclos econômicos reais, mas crescente) sobre o tema. Quem quiser, que vá ao google. Para começar, conscientize-se da polêmica do tema com a matéria abaixo (registro necessário).

Telegraph | News | Judge's retained organs ruling splits families: "Hundreds of families won the right to demand compensation from the National Health Service yesterday after the High Court ruled that hospitals acted unlawfully in removing the organs of dead children without their parents' permission."

sexta-feira, março 26, 2004

Vida inteligente

O leitor pode não concordar com minhas opiniões. Não me importo. Mas eu ainda acho Reinaldo Azevedo (junto a Daniel Piza e mais uns poucos outros senhores) um dos melhores articulistas desta "imprensa" nacional.

Vejam, não estou defendendo FHC ou atacando FHC. Já fui mais entusiasta com o governo FHC. Mas o Reinaldo, no artigo abaixo, disseca, com rigor quase científico, todo o pseudo-discurso que muitos repetidores andaram papagaiando durante anos.

Não concorda? Ok. Mas primeiro leia e entenda o texto do Reinaldo.

Parabéns, Reinaldo! Fica aqui, registrada, minha inveja de gente que sabe não apenas redigir bem mas, isto sim, redigir bem sobre temas importantes.

Primeira Leitura : entenda : O voto de aplauso para os governos FHC
Prêmio para você, aluno de graduação (e pós)

O ITN - Instituto Tancredo Neves, fundação de estudos políticos do PFL, está com a nova edição do prêmio Luis Eduardo Magalhães. O endereço é este.

Concorra!
Davi vs Golias

O trabalho dos alunos do IBMEC para o final do semestre continua explicado neste link.

Dica:

Saber usar a internet para copiar e colar é tarefa de macaco. O uso produtivo é outro. Então, a dica está aí ao lado, à esquerda da tela. Aproveite.
A Economia Política das Consequências Não-Intencionais da Regulação dos Mangás

Em Osamu Tezuka - o surgimento do mestre o leitor pode apreciar os famosos "efeitos não-intencionais das ações intencionais" (no caso, dos burocratas nipônicos).

Quando eu era criança, íamos a São Paulo para comemorar a passagem do ano. Lembro-me da primeira vez que comprei um "mangá". Fiquei impressionado, então, com o tamanho do livrão, com vários pequenos mangás incluídos, num pacote que mais parecia um catálogo telefônico com pequenos livros incluídos, firmemente seguros com duas tiras elásticas.

Todo mundo que conheço - e que conhece mangás - pergunta-se sobre o tamanho do mangá. A análise econômica disto sempre vai na direção dos custos (páginas de jornal, poucas páginas coloridas, etc). Mas nunca me ocorreu perguntar o porquê dos pequenos mangás incluídos na revista. Afinal, por que os caras não faziam, simplesmente, mangás com mais páginas ao invés de incluir diversos encartes de mangás (às vezes eles tinham umas 50 páginas!)?

Os anos se passaram, o mundo se globalizou, e a editora Conrad vive de vender produtos relacionados a mangás. Um deles é o livro que citei acima (a segunda parte da biografia romanceada do maior autor de mangás, Osamu Tezuka). E, no meio deste livro, encontrei uma boa pista para responder minha pergunta.

O ponto é o seguinte: no pós-guerra, as editoras davam, como brindes, brinquedos de montar junto com os mangás. Você comprava um mangá e levava junto um avião de madeira ou plástico para montar. Ocorre que o governo, em 1954, resolveu que madeira, metal, etc não poderiam ser considerados "materiais impressos". Em outras palavras, os custos para as editoras - de fornecer estes brindes - tornaram-se proibitivos. A solução? Passaram a oferecer mangás pequenos junto aos mangás (a prática já existia, mas a mudança aumentou a quantidade destes pequenos encartes e/ou o seu número de páginas). Vale dizer: para não perder consumidores com a regulação governamental, o mercado se adaptou.

Ok, isto não explica o porquê do(s) encarte(s) original(is), mas explica a variação na sua quantidade e/ou tamanho. A variação é uma resposta à mudança na regulação governamental: uma consequência inesperada que burocratas não poderiam prever. E, com esta medida, desenhistas como Tezuka saíram ganhando.
Existem bons livros nacionais sobre Public Choice?

Sim. E o mais novo é este.

Se eu fosse você, comprava logo. Aliás, a Public Choice Society está com sede fixa agora!

quarta-feira, março 24, 2004

Forum da Liberdade

Já anunciei aqui antes. MAs agora tem a programação completa.

Parabéns ao pessoal do IEE por mais este empreendimento.

XVII - FÓRUM DA LIBERDADE - Brasil país em desenvolvimento: até quando?
História Econômica Séria

Em breve, Claudio (a) fará o link permanente aqui e (b) aceitará o convite para postar também neste blog. O endereço? É este.

terça-feira, março 23, 2004

Penna, Davi, petróleo, Gilson, etc

Um dos posts abaixo gerou aquilo que todos buscamos com blogs e esta presença na internet? Qual é a graça de se tornar conhecido na net? A única, para mim, é conhecer gente com que valha a pena discutir.

Pois bem. No tal post abaixo, falei da OPEP e do uso de oferta e demanda para se tentar explicar o que acontece, se o discurso da OPEP faz sentido ou é uma boa historinha para enganar trouxa (aliás, obrigado ao Leo pelo post sobre barbeiros: simples, elegante e preciso na mensagem).

Gilson indicou o excelente livro do Pindyck & Rubinfeld. Bem, eu fui até lá (nunca é demais rever um livro básico). Pois não é que achei um site interessante? Ele está aí embaixo.

American Petroleum Institute - Supply and Demand

Agora eu te pergunto: se você fizer uma busca no google por assuntos correlatos, no Brasil, achará a mesma quantidade de informações? Com a mesma profundidade técnica? Ou não? Eu nunca tentei. Mas eis aí um início de pergunta que pode pavimentar um caminho interessante para uma pesquisa ou, pelo menos, para um pouco menos de ignorância na vida da gente.
Anti-americanismo: uma boa análise

Muita gente normal (e muita gente anormal) sofre desta doença: a xenofobia. Ou seria a inveja do rico? Paixões e emoções são objeto de manipulação política? Como explicar o anti-americanismo sem cair no ridículo de (grande maioria de) nossa imprensa cultural?

Ivan Krasteve parece ter uma resposta melhor articulada. Em PDF.

The Anti-American Century? by Ivan Krastev (April 2004)
Você, que gosta de filme afegão com legenda em húngaro não pode perder este lançamento

Imagine: "Osama dá lucros para o Afeganistão"

Para quem faz o discurso do "lucro-é-coisa-dos-EUA" embora adore um "quero-mamar-dólares-para-matar-russos-ou-para-produzir-petróleo-sem-ter-que-dividir-com-ninguém", eis aí uma manchete imaginária que me faria gargalhar. Agora, veja bem, a manchete não é tão imaginária assim. Basta pensar na bilheteria do filme abaixo.


EurasiaNet Culture - "Osama: "'OSAMA"

"OSAMA’S" ACCOLADES MAY SPUR AFGHAN FILM INDUSTRY

Mark Berniker: 3/19/04

The film "Osama," the first full-length feature to come out of Afghanistan since the start of the US-led campaign against terrorism, offers international audiences perhaps the best look to date at the horrors perpetrated by the radical Islamic Taliban movement. The film’s commercial and critical success may well serve as a catalyst for more films that shed light on Afghanistan’s tortured recent history.

The title of the film has been a source of some confusion. The film has nothing to do with al Qaeda leader Osama bin Laden, or terrorism for that matter. "Osama" is a poignant portrayal of life under the Taliban, focusing on the severe conditions experienced by Afghan women. The Taliban held power in Kabul for a five-year span, 1996-2001, during which time it imposed a strict version of Islamic law that left most Afghan women living in a state of virtual house arrest.
AIDS e mulheres que não querem ser mães aumentam o PIB per capita mundial

Se você é meu aluno, de 10 em cada 5 palavras que digo você ouve: ECONOMETRIA. Claro, se você acha que vai fazer algo de prático como economista, ignorar a econometria é dar um tiro no próprio pé.

Pois bem. Se assim o é, eu pergunto: como estes caras estimaram os impactos da AIDS no crescimento populacional? É só fazer uma regressão simples?

A notícia, você a acha aqui. Os dados, claro, aqui.

Se tiver interesse, divirta-se.
Taí um encontro no qual eu gostaria de estar

Mas é só para gente muiiiiiito selecionada. Creiam-me.

The Mont Pelerin Society

Agora, o concurso, se você sabe inglês, é genial:


The Board of Directors of the Mont Pelerin Society Announces the Friedrich A. Hayek Fellowships for the
2004 GENERAL MEETING OF THE MONT PELERIN SOCIETY (Salt Lake City, Utah, USA – August 14-21, 2004)

F. A. Hayek in his discussion of spontaneous order states:

"The extension of an order of peace beyond the small purpose-oriented organization became thus possible by the extension of purpose-independent ('formal') rules of just conduct to the relations with other men who did not pursue the same concrete ends or hold the same values except those abstract rules - rules which did not impose obligations for particular actions (which always presuppose a concrete end) but consisted solely in prohibitions from infringing the protected domain of each which these rules enable us to determine. Liberalism is therefore inseparable from the institution of private property which is the name we usually give to the material part of this protected individual domain." F. A. Hayek, "The Principles of a Liberal Social Order, " (A paper submitted to the Tokyo Meeting of the Mont Pelerin Society, September 1, 1966 and published in Il Politico (December, 1966) in Chiaki Nishiyama and Kurt R. Leube, editors, The Essence of Hayek (Stanford, CA, Hoover Institution Press, 1984) p. 368.

Hayek proposes the Rules of Just Conduct as the basis for a peaceful society of reciprocity and free exchange among peoples of different cultures. How do the Rules of Just Conduct emerge in any society? What are the standards for the "prohibitions from infringing the protected domain"? Is mutual adherence to the Rules of Just Conduct the basis for peaceful intercourse among cultural different peoples? Why is private property an indispensable condition for the creation of these Rules of Just Conduct? The Hayek Fellowships will be awarded for the three best essays on the above topic. Essays of 5,000 words or less may be submitted by students or faculty members 35 years of age or younger. The essays will be judged by an international panel of three senior members of the Society. The deadline for submission of the essays is May 31, 2004.

1 st prize: $2,500.00*, 2 nd prize: $1,500.00*, 3 rd prize: $1,000.00.* Each fellowship awardee will also receive a travel/registration grant to participate in the MPS Salt Lake City meeting. Prize information and additional details are available from: The Mont Pelerin Society, P.O. Box 7031, Alexandria, Virginia, 22307, USA www.montpelerin.org


Abrindo um parênteses, se não fosse pelo meu orientador do mestrado, o bondoso Ronald O. Hillbrecht (IPE-USP e depois PPGE-UFRGS) e pelo meu temível orientador do doutorado, o sr. Ronald O. Hillbrecht (PPGE-UFRGS), eu jamais teria lido Hayek com aquela visão científica...(Giacomo, desculpe-me. Apesar de seus incentivos, o sujeito que me fez ler Hayek e patota foi o Ronald). Outros austríacos eu acabei lendo...ah...isto fica para outro dia. A semana será longa...

segunda-feira, março 22, 2004

Este é fácil

Este é tão fácil que nem vou pedir pro leitor se esforçar. Meus alunos não ligam para pontos mesmo (embora não tenham feito uma prova sequer ainda) e, assim, este vai para quem quiser exercitar seu conhecimento de oferta e demanda.

O exercício é explicar esta notícia. É fácil, simples, e você só precisa de oferta e demanda.
Qual o lugar da mulher na sociedade iraquiana? Certamente não é na cozinha

Pelo menos é o que pensa a senhora Zainab Al-Suwaij. Obrigado à USAID e ao EPPC por este interessante diálogo que começa assim:

First of all, she has some very important things to tell us today. And, in a way, the most important part of her resume for today’s event is the past six to nine months spent working in Iraq on various projects, and, therefore, able to give us a good sense of what’s going on in Iraq, what Iraq needs, and so forth.

She comes to this from -- as you know or should know, she is able to look at the present experience of Iraq in the light of an earlier experience of Iraq, the experience of Iraq of her childhood and youth and, of course, also the very tragic events of 1991.

The other reason I’d like to get started fairly quickly is that, naturally, there are other people in town, who are interested in Zainab’s recent experiences, her impressions and opinions, including people up on the Hill. And so, ordinarily, we might linger a little bit past 2:00, but today we’ll have to end at that point to get her to some other appointments.
Erro estratégico?

Daniel Rubinstein, do Haaretz (jornal de Israel), afirma que a morte de Yassin pode ter sido um erro estratégico do governo israelense. Para ele, o Hamas é visto, pela população palestina, como menos corrupto do que o governo de Arafat.

É claro que é sempre possível que agentes do Hamas usem os serviços sociais (religiosos) como disfarce para suas atividades e, adicionalmente, como legitimação de suas ações frente à população (como fazem os bandidos nos morros cariocas?).

A economia da região, eis aí algo que preciso checar. Não tenho dados sobre os resultados econômicos de ambos os países. Alguém sabe mais sobre isto? O que eu sei é que, em termos de liberdade política, Israel está melhor.

domingo, março 21, 2004

Religião, para todos

Iannacone está de página nova. Está em link fixo aí ao lado.
Landsburg ataca novamente

O excelente Steven Landsburg ataca novamente. Veja aí no link abaixo, a última dele.

Este cara é 10 (dez)! Está, inclusive, citado elogiosamente no prefácio do livrinho do Easterly, que o Leo já deve ter comprado...

Marginal Revolution: Was it good for you?
A linguagem, esta nossa amiga

Se eu sair na rua e for assaltado por um sujeito vestido de camisa de malha e calça, você diria que fui assaltado por um "suposto assaltante"?

E se eu saísse na rua e fosse assaltado por um sujeito com o uniforme da PM? Aí seria um "suposto soldado", certo?

Se é assim, por que é que é sempre um "mariner" que morre e, quando o sujeito não usa uniforme, é um "suposto talibã"?

Pode até estar certo, mas não deixa de ser engraçado. O (suposto) leitor (ou suposta leitora) deveria atentar para a (suposta) veracidade desta notícia (supostamente idônea).

Haja...

Cinco supostos talibãs morrem em ataque dos EUA - Terra - Mundo
Se a mania pega...

No Brasil, um dia destes, o governo - que ia legalizar o jogo - resolveu que o jogo é ilegal mesmo, que faz mal à saúde do povo, etc.

Mas não é apenas no Brasil que este tipo de coisa acontece. Alguns grupos religiosos gostam não apenas de espalhar sua fé, mas também apreciam destruir símbolos que lhes atrapalham a, digamos, encontrar Deus.

Os talibãs, protetores de Bin Laden, destruiram tesouros históricos da humanidade.

Estudantes que comem BigMac e gostam de ir a Ouro Preto, apoiaram Bin Laden (o mesmo aí de cima) jogando pedras no McDonalds que frequentam nos outros 364 dias do ano (muitos deles não conseguem, sequer, saber quantos dias trabalham de graça para o governo....).

Agora, esta dos islâmicos é de matar...Yahoo! News - Crowd Storms Restaurant Over Alcohol
O problema do Brasil é (a falta) de mercado

Jornal O Globo - O longo caminho para se tornar um empresário - Erica Ribeiro

As dificuldades que micro e pequenos empresários enfrentam para abrir um negócio no Brasil são inúmeras. Burocracia, a pesada carga tributária e as restrições para o acesso ao crédito fazem parte da rotina de quem quer ou até mesmo precisa se tornar empreendedor, pela falta de oportunidade de emprego.

Os entraves para o crescimento do empreendedorismo no país foram reforçados por uma pesquisa realizada pelo Banco Mundial, que mostra, por exemplo, que enquanto no Brasil são necessários 152 dias para abrir uma empresa, na Austrália o mesmo processo só leva dois dias. Tanta lentidão se justifica pela quantidade de documentos pedidos — 15 ao todo — para formalizar uma empresa, não importa o tamanho. O gasto para abertura de um negócio no Brasil chega a US$ 330.