sexta-feira, maio 13, 2005

Empreendedorismo: o ataque dos economistas

Na academia brasileira, durante anos, deixamos nós, economistas, o "empreendedorismo" de lado. Teorias foram construídas - e muito bem construídas, tecnicamente falando - sem muito vínculo com um indivíduo importante: o empresário. O fenômeno não é exclusivo do nosso país. Vá lá que você tenha economistas marxistas que não curtem empresários - e hoje ensinam a destruir o capitalismo em faculdades de negócios...por incrível que pareça - mas outros economistas - inclusive da academia estrangeira - deixaram de lado os empresários.

Embora alguns falem de Schumpeter ou de Israel Kirzner (este tem sido brilhantemente ignorado, dá até vergonha...), ninguém se lembra de um dos maiores economistas da atualidade que sempre insistiu sobre a necessidade de se incluir o empresário na teoria econômica: William Baumol.

Sua importância é tanta que ele acaba de ganhar um artigo (PDF) só para falar de sua colaboração teórica ao tema.

Ah, se você o encontrar na NYU, verá que ele também é pintor. E dos bons...

quinta-feira, maio 12, 2005

Divertido!!

Division of Labour: Even a smart Supreme Court Justice can have trouble with supply and demand analysis

JUSTICE STEVENS: Let me ask this question. What is your view with respect to the impact of the activities concerned in this case on the interstate market for marijuana? Is it your view that it will have no impact, that it will increase the interstate demand, or decrease the interstate demand? So there are three alternatives. Which is the one we should follow?

MR. BARNETT: Can I pick "trivial impact"?

[Laughter.]

JUSTICE STEVENS: No, but if it -- "trivial impact," is it a trivial impact that enhances the price of marijuana or decreases the price of marijuana, in your view?

MR. BARNETT: The only effect it could have on the price would be a slight trivial reduction, if it has any effect at all, because it's going to withdraw users from the illicit drug market. And to the extent that they are now in the illicit drug market -- and we don't know whether they are or not -­

JUSTICE STEVENS: Well, that would reduce demand and increase price, it seems to me. It's the other way around.

MR. BARNETT: Well, it would reduce demand and reduce prices, I think. But -­

JUSTICE STEVENS: If you reduce demand, you reduce prices? Are you sure?

MR. BARNETT: Yes.

[Laughter.]

JUSTICE STEVENS: Oh, you're right. You're right. Okay. Yeah. Yeah.
Neurologia e a Moral

Intrigante questões. Um debate está aqui.
Video de Tyler Cowen

Assista Tyler Cowen em vídeo falando sobre cultura e globalização. Muito melhor do que muita coisa que você já leu sobre o assunto. Duvida? Então, confira!!
Responsabildade Individual: esta funciona

Eis aí um bom artigo do Walter Williams.

How Not To Be Poor by Walter Williams -- Capitalism Magazine: "Ministers Louis Farrakhan, Jesse Jackson, Al Sharpton, Washington, D.C.'s Mayor Anthony Williams and others recently met to discuss plans to celebrate the 10th anniversary of the October 1995 Million Man March. Whilst reading about the plans, I thought of an excellent topic for the event: how not to be poor.

Avoiding long-term poverty is not rocket science. First, graduate from high school. Second, get married before you have children, and stay married. Third, work at any kind of job, even one that starts out paying the minimum wage. And, finally, avoid engaging in criminal behavior.

If you graduate from high school today with a B or C average, in most places in our country there's a low-cost or financially assisted post-high-school education program available to increase your skills."

terça-feira, maio 10, 2005

Ainda o viés da mídia

Sobre o tema que lancei abaixo, sobre a ausência do Fórum de São Paulo na mídia, veja uma excelente posicão do prof. Sutter: The news media play an important role in society and particularly in democracy, acting as intermediaries in the market for information between citizens who are interested in information about current events and news makers with messages they would like to communicate to people. Economists have extensively studied information goods, but the news media have received relatively little attention from economists, although this is changing. My research interests with regard to the news media involve the economics of news bias and the role of commercial forces versus professionalism in assuring the quality of news products. Bias, and particularly the media’s alleged liberal bias, is one of the enduring hot button topics on the political landscape. Both conservatives and liberals believe the news media is biased against their side of political discourse, and efforts to document the media’s alleged bias have produced almost a cottage industry. Rush Limbaugh’s rise to national prominence was fueled in large part by his attacks on the alleged liberal news media. Observers have been trying to track and document bias in the news for over three decades. I examine partisan bias from the perspective of economic theory. Economics links social outcomes in a methodologically rigorous way to the incentives and actions of individuals. Instead of looking at the output of news, my work on the news bias asks, is biased news consistent with basic principles of economics. I consider charges of both liberal and conservative (particularly pro-business) bias from this perspective. I ask questions like, does the lack of liberal or conservative news indicate an inefficiency in the news market? Is there a market for liberal or conservative news? If the market demand for conservative news, say, is not being met, why, and is this a problem? Bias must have a source in the news market, and four different sources can be distinguished. On the demand side of the market are consumers and advertisers, while on the supply side are owners and employees (journalists). Allegations of liberal media bias assign much of the blame to liberal journalists, while proponents of pro-business bias charge that advertisers control news content. Owners though have to play a role, at least indirectly, in each argument. The other question which interests me about the news media is the role of market forces, versus the professionalism of journalists, in assuring the quality of news supplied to consumers. News is an experience good, or indeed, even a credence good since consumers often cannot verify the accuracy of information presented in the news after consumption. Whether market mechanisms can assure the quality of experience goods has been debated since publication of George Akerlof’s famous lemons paper. Many journalism scholars are particularly skeptical whether market incentives and the profit motive – what they call commercialism – can supply high quality journalism. Competition for profit they feel will lead to a race to the bottom. By contrast, they contend that professional journalists insulated from market pressures or perhaps even a noncommercial media offer the best means of assuring product quality. One question I find of interest in this debate is whether news consumers (or at least some of them) perceive quality and whether media company stock prices adjust to changes in the quality of their news products. Also of interest is the role of compensation for journalists on news quality. Normally higher salaries should translate into higher quality news, but a number of journalism scholars suggest that superstar journalists actually are bad for the news product. Finally I find the positive externality or merit good aspect of news consumption intriguing. If consumption of news, and particular quality news or critical news, provides external benefits or changes peoples’ preferences over time, can a market based media supply news?
Por que tentar esconder o Forum de São Paulo? - Viés na mídia também existe no Brasil

Há vários textos para discussão no NBER (www.nber.org) que falam do viés "democrata" na mídia dos EUA. Aqui no Brasil, por enquanto, há um silêncio sobre o tema. Nenhum economista teve a paciência (ou coragem) de tentar verificar isto. Para exemplos de estudos, ver alguns citados aqui , aqui, aqui (o fato de não ser existir algo similar no Brasil, exceto no site do Olavo de Carvalho, mostra quem é que realmente gera o viés no Brasil...), ou aqui.

Mas há indícios de que o mesmo exista, apesar da ausência de estudos sérios sobre o tema, no Brasil. E quem os aponta não é algum radical de direita (se é que existe algum no Brasil além de uns poucos militares da velha guarda), é Reinaldo Azevedo em uma entrevista bem grande. Se o viés existe, então estamos sofrendo de uma não correção do viés de informação que existe no jogo político (leia Donald Wittman, "O Mito do Fracasso da Democracia", editora Bertrand Brasil, para uma visão otimista sobre como este viés seria corrigido pela luta inter-partidária).

Não acredita ainda?

Bem, aqui vai um trecho da segunda parte, na qual ele responde sobre o problema de tanta indiferença da mídia quanto ao fato óbvio: o Fórum existe, queira ou não o sr. Alencastro..(para a estranha posição deste sobre o tema, ver esta entrevista).

Só é explicável pela combinação dos ideólogos de esquerda com os inocentes úteis — úteis à causa daquela esquerda e inúteis para a democracia, bem entendido. É uma omissão vergonhosa. Se houvesse algo parecido que unisse um partido adversário dessa esquerda — PFL, PSDB ou outro qualquer — com movimentos ilegais de extrema direita, não tenha dúvida de que já teríamos páginas e páginas de jornal e revista denunciando o que chamariam de “complô contra a democracia”. O Brasil acaba de se abster, de novo, na ONU, na votação de uma resolução para que seja divulgado um relatório sobre os direitos humanos em Cuba. Absteve-se por quê? O governo brasileiro, o esquerdismo pernicioso ou preguiçoso (tanto faz) da mídia e os politicamente corretos acreditam que a ditadura de Fidel Castro é melhor, mais moral e mais decente do que foi a de Pinochet no Chile. Essa gente, em suma, não está interessada em democracia, mas na qualidade da ditadura: se ele favorecer os seus pressupostos, é, então, virtuosa. Olavo de Carvalho denunciou esse fórum desde sempre, Mídia Sem Máscara o faz, nós o fazemos, e não há muito além disso. Dizem que assim procedemos porque somos “de direita”. Será mesmo? Então, nesse caso, o que é ser de esquerda? É compactuar com a narco-guerrilha colombiana, com o tráfico de drogas, com seqüestros, assassinatos? Parece que, na prática, sim. A esquerda matou 60 milhões só na China em nome da ideologia. Agora, parece que resolveu aderir também às leis de certo mercado: o do pó. Ora, deveriam nomear Fernandinho Beira-Mar embaixador da causa no Brasil, num culto religioso conduzido pelo padre narco-guerrilheiro Olivério Medina. A Trindade dessa nova igreja seria cocaína, bala e demagogia. No ritual, trocariam o óleo da unção pelo sangue dos camponeses mortos pelas FARC. Para o governo Lula, parece normal. Ele se nega a reconhecer o caráter narco-guerrilheiro das FARC e o considera um movimento de resistência. Resistência a quê?, eis a pergunta. Só se for à civilização. O governo brasileiro foi mais longe: chegou a oferecer o país como “território neutro” para uma negociação entre o governo constitucional da Colômbia e as FARC. Território neutro? Quer dizer que nós, como país, reconhecemos ambas as forças como legítimas? Quer dizer que não apoiamos nem um lado nem outro? Infelizmente, na prática, o governo apóia um lado, ainda que diga o contrário: o das FARC. A prova evidente é que o partido do presidente integra um fórum onde elas têm assento. De resto, certos escândalos até funcionais passam como coisa normal. Sobre a reunião havida no Distrito Federal entre petistas e o tal Medina, reunião comprovada, confirmada até pelos participantes, a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), diz não ter qualquer registro. Não tem? Então, tem de demitir todo mundo. Ou será que tudo é muito explicável, uma vez que essa agência já pensou até em enviar seus agentes para treinamento em Cuba? A única lição que Cuba pode dar é de como manter uma ditadura. O corolário, pois, é o seguinte: movimentos que buscam solapar a democracia, desde que sejam de esquerda, devem não apenas ser tolerados como aplaudidos. Mais do que isso: eles participam do governo. Não há nessa minha resposta um só fato que possa ser contestado. E, porque não podem ser contestados, vão se contentar apenas em dizer que falo em nome da “direita”. Não! Falo em nome do Estado de Direito.
Dia da Liberdade dos Impostos - RS

O pessoal de outros estados é muito parado. Nem a frente anti-MP232 se mexeu desta vez. Mas o pessoal do sul vai comemorar (com razão, se não comemorar hoje, talvez não tenhamos mais dias livres...)

Festa marca o Dia da Liberdade de Impostos 5/5/2005 17:20

Para celebrar o Dia da Liberdade de Impostos, em 26 de maio, data que assinala o último dia em que o contribuinte brasileiro estará trabalhando exclusivamente para o pagamento de tributos ao governo, a Associação da Classe Média (Aclame) promoverá uma grande manifestação.

A celebração terá a inauguração do impostômetro (um taxímetro gigante que registrará quanto o brasileiro pagará de impostos durante o ano), no Centro de Porto Alegre. Também haverá um show musical no Gigantinho, cuja arrecadação reverterá para o Banco de Alimentos. 'Quem paga os tributos é o consumidor, e ele precisa saber tudo o que está embutido no preço final. Uma campanha de mídia informará o quanto de impostos compõe os preços dos produtos', explica o presidente da Aclame, Fernando Bertuol, em visita à Fiergs, lembrando que a tributação chega a atingir até 60% do valor total.

O impostômetro também será veiculado nos sites das entidades empresariais.

O show no estádio do Gigantinho terá as presenças dos grupos Nenhum de Nós, Papas na Língua e Capital Inicial. Nos intervalos, haverá outras atividades artístico-culturais, além das manifestações das entidades empresariais. O ingresso ao show será com a doação de dois quilos de alimentos não-perecíveis, que serão trocados por uma camiseta que dará acesso ao ginásio.

Publicado no jornal CORREIO DO POVO em 5 de maio de 2005