sábado, dezembro 11, 2004

Ainda o desarmamento

Outro dia eu coloquei aqui um post elogiando o uso de estatística para uma questão tão crucial para a política pública: o efetivo efeito deste tal desarmamento.

Faltam mais evidências? Faltam. Eu mesmo não consegui o texto original do sociólogo paulista. Entretanto, as notícias não para o resto do Brasil ainda não autorizam este otimismo. Veja, por exemplo, esta notícia.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Foi uma bela conferência...mas eu não estive lá

Confira o evento patrocinado pelo CIPE: Promoting Institutional Reforms in Latin America.

Quem esteve lá? Douglass North, Lee Benham, Decio Zylbersztajn, Guilherme Dias, Roberto Fendt, etc. Só gente legal.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Esqueça o PIB. Dinheiro não traz felicidade?

Fortunately, there are new, direct indicators of well-being. In the past decade, psychologists, neuroscientists, and behavioral economists have performed an enormous amount of research into personal satisfaction and happiness. It turns out that beyond a relatively low threshold, more money doesn't make us much happier. Far more important are things like relationships, engaging work, meaning and purpose in life - none of which show up in the tables of the Quarterly Services Survey. That's why two prominent social scientists, Ed Diener of the University of Illinois and Martin E. P. Seligman of the University of Pennsylvania, have proposed creating a national index of well-being.

All we need to do is collect the data. For instance, we can now tabulate how much cell phone sales add to GDP. But have these phones made us more stressed out because we can no longer elude our evil boss or annoying brother-in-law? Or have they made us feel more secure because we know we can call for help if we're stranded? Let's ask. Some people wring their hands over how much the US spends on health care. But what if we measured to what extent new drugs and medical technologies improved the quality of people's lives? Maybe the expense would look like a bargain. Assemble measures like these into a national well-being index and, in tandem with revamped economic indicators, it could generate a higher-res picture of the national condition.
Nobel

Ainda sobre o Nobel, informações de quem realmente entende do assunto: Finn Kydland and Edward Prescott win Nobel Prize.

quarta-feira, dezembro 08, 2004

Sociólogo conclui: mais globalização, mais paz

E ele faz uma resenha dos estudos empíricos que suportam sua conclusão. Obviamente, o leitor mais crítico deveria ler o artigo. É bem interessante. Aí vai o link.

The Diffusion of Prosperity and Peace by Globalization: The Independent Review: The Independent Institute
Confiando nos indivíduos, evitando custos sociais

Eu falava dele...olha outro bom artigo aqui.

Even now, however, more than forty years after the publication of Coase’s landmark article, economists and economic historians continue to learn about important cases of private contracting to allay pollution problems and, in particular, about the variety of means that private contractors have employed to organize themselves for this purpose and to carry it out. In the present article, I relate the history of an important and little-known case, the voluntary measures that mine, mill, and smelter operators undertook in the Coeur d’Alene mining district beginning at the turn of the twentieth century. These parties not only purchased existing private property rights specifically in order to internalize negative externalies, but they engaged in creative organizational and technological innovation to achieve the same end. They did not do so, however, merely out of the goodness of their hearts. The interplay between legal and political proceedings, on the one hand, and the operators’ “internalization” projects, on the other hand, lies at the heart of the story.
Como os homens brancos acabaram com um inteligente sistema de direitos de propriedade dos índios

Um(a) excelente economista é Deirdre McCloskey. Antes de mudar de sexo (sim, leitor(a), isto mesmo!), ele(a) tinha um livro genial de introdução à microeconomia ou, como acho melhor, "teoria dos preços".

Neste livro há uma questão que, inclusive, eu gosto de citar para alunos. Fala-se da ausência de direito de propriedade privado na sociedade nativa norte-americana e, claro, de como o aumento da densidade demográfica gerou o surgimento do mesmo.

A afirmação é correta, mas pode ser confusa se você não leva em conta o tempo (quando, afinal, esta densidade aumentou?) e também o fato de que em algumas regiões a densidade já poderia ser alta para os índios, levando-os a disputar recursos naturais necessários à sua sobrevivência.

Neste semestre, os calouros do IBMEC-MG, sob minhas instruções, apresentaram ótimos trabalhos relacionando direitos de propriedade, meio-ambiente e custos de transação, um tema muito ao meu gosto, claro.

E, sabe como é, feriado é dia em que a gente faz de tudo um pouco. Resolvi fazer uma leitura rápida de um texto de Robert Higgs sobre a pesca de salmões dos indígenas americanos. Qual não foi minha surpresa quando descobri que os indígenas tinham um sistema de direitos de propriedade que foi destruído pelo homem branco e seu governo...

O mais legal é que Higgs escreve muito bem, aliando de forma elegante a teoria econômica e a prática. E, se você quiser ver uma extensão do seu trabalho, informal, consulte este texto.

Nada como um feriado bem aproveitado.
p.s. pena que nenhum aluno meu me disse se gostou ou não do trabalho deste semestre. Mas eu tive ótimas apresentações. Se eles tiverem aprendido algumas relações básicas de economia, já estou feliz...
Minha primeira busca na Wikipedia

Resolvi, hoje, ver o que era a tal Wikipedia. E, sabe, gostei do verbete sobre "anarco-capitalismo". Está razoavelmente escrito e completo. As referências a David Friedman e Hans-Hermann Hoppe estão corretas.

O verbete é este.

Agora, o bacana vai ser ver os jornalistas brasileiros encarando a Newspedia, um experimento similar dos mesmos criadores da Wikipedia.

Aguardemos.
Vários links fixos novos

Há vários links fixos novos aí ao lado. Faço isto sempre pensando no pesquisador sério, seja ele aluno ou professor. Dê uma olhadinha. Você vai gostar do que selecionamos.
Teste para alunos de economia

Você quer ser economista, é jovem, tem talento, vontade, enfim, é uma pessoa entusiasmada com sua escolha profissional. Você não é diferente de seu colega estudante de medicina, creia-me. Ele também quer logo abrir o tórax de um cadáver.

Mas você tem de ser paciente. Faça, por exemplo, o teste abaixo.

1. Diga para si mesmo: não quero ser um economista de meia pataca. Quero ser um sujeito bom no que faço.
2. Logo, vou entender um bocado de minha área.
3. O que me leva a pensar: consigo ler algo além das colunas de economia que um leigo lê?
4. Afinal, se eu faço apenas o que um leigo faz, não há motivo em estudar Economia na faculdade.
5. Ok, de 1 até 4 você ficou se perguntando, fazendo uma auto-análise sobre o que realmente quer. Agora vamos ao teste.
6. Leia o boletim do IPEA (um bom exemplo, poderia ser outro boletim, mas este número, em especial, está bem legal) seguinte: Boletim do IPEA
7. Anote os termos que você não entende.
8. Tente identificar os termos com o conteúdo de cadeiras que já estudou na faculdade. Se não os estudou, tente encontrá-los na internet. Por exemplo, "médias aparadas" pode ser classificado em seu caderno como "econometria", "estatística" ou mesmo "politica monetária".
9. Carregue esta tabela com você no resto do seu curso de graduação. Em todo final de aula - seja metódico - veja se ouviu algum termo relacionado a isto. Quando aprender sobre ele, anote o nome da disciplina e o período (se quiser, anote também o nome do professor). Cheque para ver se o professor foi honesto ou se te enrolou com o bom e velho google.
10. No dia de sua formatura, olhe para a tabela. Veja se está preenchida. Se sobrou algum termo ou não.

Muito melhor do que qualquer "provão", minha proposta é um "auto-provão". Ele não impede que você pesquise individualmente, mas a idéia é que você aprenda a: (a) ser paciente; (b) avaliar o quanto você está aprendendo em sua faculdade.

Se sua faculdade tem um curso de economia no qual você não aprende nada de economia, então você não conseguirá entender muito do boletim do IPEA. É como aquela brincadeira do BigMac. As pessoas usam o BigMac para acompanhar a paridade do poder de compra. Eu estou usando o boletim do IPEA - que atualmente tem um nível teórico-empírico muito melhor do que o que a gente lia há 10 anos - como indicador para seu conhecimento.

A diferença entre os textos incorretos ou ruins que você encontra em jornais e uma análise econômica digna de um emprego como consultor passa por este tipo de trabalho.

Divirta-se e depois me conte o que achou.
Alguém gosta de Chávez?

Talvez o melhor fosse perguntar: alguém não gosta de Chávez? Não, se você observar a nova imprensa controlada da outrora democrática Venezuela.

O presidente Hugo Chávez promulgou terça-feira a Lei de Responsabilidade Social em Rádio e Televisão, regulamentando a programação de rádio e televisão na Venezuela, que segundo a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e a oposição coloca em risco a liberdade de imprensa naquele país. Definida como "lei da mordaça" por seus críticos, ela impõe restrições de horários para as programações infantil e adulta e prevê multas milionárias pelo não cumprimento das novas regras.

Para entender melhor o problema, veja, por exemplo:

1. http://www.vcrisis.com/
2. O perigo da Liberdade de expressão na Venezuela

Censura e crescimento econômico não combinam...
Teoria dos Jogos: Lição Preliminar

Eis aqui uma notícia legal para você que - como o Gilson - gosta de preparar exercícios sobre situações do mundo real: Oil market readies for OPEC action.

O legal da notícia é você notar a instabilidade de um cartel, mesmo um cartel como o da OPEP (em inglês: OPEC).

Trecho:The oil cartel's members seem to be divided into two groups: One wants to keep the price at elevated levels, while the other is concerned about a large inventory build that might push oil back under $30 a barrel.

The former group includes Iran and Venezuela, which called for cuts to the production quota last month, said Michael Lynch, president of Strategic Energy & Economic Research in Winchester, Mass.

Prices logged most of their recent declines last week, on the back of higher U.S. distillate and crude-oil supplies. If Wednesday's weekly inventory data show more large increases and prices drop further as a result, "both [groups] are likely to agree on a reduction in quotas," Lynch said.

Otherwise, OPEC is unlikely to do anything but call for greater adherence to the current daily quota, which the market estimates members are overshooting by about 1 million barrels, he said.

terça-feira, dezembro 07, 2004

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Landsburg, sempre genial...

Rapidinha para você: Bush's Tax Cuts Are Unfair ... - To the rich. By Steven E. Landsburg. Fuiiii.