sábado, março 29, 2003

Devaneios desvanecem ao ar com ou sem Milan Kundera

1. Devaneio em homenagem de gente que nunca aprende....

Perguntador chato: Cláudio, você ensina com o coração ou com a razão?

Cláudio, com a jarra de café na mão: Ensinar é usar a razão e o coração com sabedoria. Afinal, as emoções são ótimas para os poetas, mas não podem se sobrepor à razão sob pena de destruí-la. Então, como usar o coração com sabedoria? Simples. Você usa a razão (ensinar nem sempre é bom, pois você nem sempre concorda com tudo o que está no livro...) e controla o sofrimento que isso provoca no seu coração.

Quem faz o contrário não ensina: só regurgita.


2. Devaneio em homenagem aos bem-intencionados que precisam de um empurrãozinho...

Catando trechos de diálogos com uma pessoa simpática (PS):

PS: A Filosofia não é como a Economia, é algo mais complexo.

PS: Não acho que dá para comparar a rejeição das pessoas à abstração da Matemática com a Filosofia. Não gosto de falar do que não entendo.

Detalhe: PS não é economista, filósofo(a) ou matemático(a). Logo, por que a pretensão de maior complexidade da Filosofia contra a Economia?

Conclusão: Quem acha que preconceitos não tem deve pensar bem: livre de defeitos...ninguém.

quinta-feira, março 27, 2003

O mundo é estranho: MIB

Acho que o pessoal do MIB iria se divertir muito se pesquisasse a origem alienígena (= economista) de certos carinhas. Exemplos:

George Bush, Sr., former president of the United States;

Lionel Richie

Scott Adams. Creator of Dilbert.

Mose Allison. Jazz Artist.

John Elway. NFL quarterback.

Les Aspin. Former Secretary of Defense.

William Isaac. Former Chairman of the FDIC.

Jesse Jackson. Minister and social activist. BA in Economics and Sociology, N. Carolina A&T

Phil Gramm. U.S. Senator. Ph.D. in Economics, University of Georgia

Mick Jagger. Entertainer. Undergraduate student in Economics, London School of Economics

Tom Magliozzi. Car mechanic. Co-host of "Car Talk." B.S. in Economics, MIT.

Ronald Reagan. Entertainer, former President. B.A. in Economics, Eureka College

David Rockefeller. Retired Board Chairman, Chase-Manhattan Corp. Ph.D. in Economics, University of Chicago.

Randy Stoklos. Beach volleyball player - 1996 Olympic Gold Medal. B.A. in Economics, UCLA.

Charles Taylor. Dictator of Liberia. B.A. in Economics, Bentley College.

terça-feira, março 25, 2003

Aquecimento global (I)

Vou tentar mostrar algumas aplicações legais de economia empírica aqui. Neste pequeno post, a questão do aquecimento global.

TCS: Enviro-Sci - Is the Arctic Melting?

Note o leitor - fanático por Econometria - o primeiro gráfico deste artigo. Grosso modo, ele separa ciclos de tendência na série e, observe, há interessantes variações no nível médio (da série).

O artigo tá bem bacana, mas se você já estudou raiz unitária, tendência estocástica e econometria de séries de tempo, então você sabe que há problemas em se analisar um gráfico - aparentemente simples - como este.

Então, desta vez, eu não vou teorizar muito sobre isso. Vou apenas deixar ao leitor(a) o incentivo para que reflita sobre a importância de se entender a econometria de séries temporais.

Link complementar

a. Dê um pulo no NBER e procure por working papers sobre "pollution".

b. Sobre Econometria...ah...você acha...tem muiiiiiiitos.
Página nova

Olha o bobão do Leo de página nova, após 600 anos de desatualização (e eu mantendo, fielmente, o link para nowhere nas minhas 700.654 versões sucessivas de minha(s) homepage(s)).

O endereço é este.

Vai lá e dá uma checada. Você vai gostar.

domingo, março 23, 2003

A inveja, ah...a inveja...

Leeat Yariv é professor da UCLA, a universidade norte-americana favorita em cada par de Ernanis e Claudios Shikidas que existem em Belo Horizonte. Sua página é esta e sua linha de pesquisa tem tudo a ver com as coisas que Kahneman (um dos Nobel de 2002) estuda.

No artigo citado abaixo, Yariv e seus co-autores tratam de um tema que é muito comum entre alguns de meus amigos: a comparação social. Por exemplo, tenho alguns amigos que fazem isto o tempo todo: "ah, fulano tem um emprego melhor que o meu", "fulana se veste melhor do que eu", etc. Como queremos fazer ciência, queremos achar regularidade nesta "comparação". Assim, será que existe um viés em, ao se fazer a comparação, em você concluir que está sempre pior do que os outros? Ou não? Para os autores, o uso desta comparação pode se tornar algo auto-destrutivo. De certa forma, parece que o dito popular a inveja mata é corroborado pelos estudos de Yariv e seus co-autores (com as ressalvas usuais).

Particularmente, interesso-me por este assunto porque tenho vontade de entender melhor a rigidez que parece existir no mercado político, quando se fala do suposto efeito mitigador que a competição política teria sobre a (des)informação espalhada pelos competidores.

Detalhes?

1. Donald Wittman, "O mito do fracasso da democracia", Bertrand Editores (para meu argumento final)
2. “Frequent Social Comparisons, Self-Esteem, and Negative Emotions and Behaviors: The Dark Side of Social Comparisons,” 2003, joint with Judith White, Ellen Langer, and Johnny Welch.